São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Secretário defende segurança desarmada

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, José Afonso da Silva, acredita que os seguranças de banco deveriam trabalhar desarmados.
"O vigilante de banco não deveria trabalhar armado. É difícil para ele enfrentar uma quadrilha especializada. Ele não está proporcionando segurança estando armado. Não impõe respeito e acaba sendo rendido", disse Silva.
Segundo o secretário, os seguranças de banco "não estão preparados" para enfrentar os assaltantes. "Se o segurança reage pode causar um pandemônio na agência, em razão do tiroteio que pode ocorrer."
"O vigilante que fica fora da cabine à prova de bala é a primeira vítima do assalto. Ele perde seu revólver a acaba alimentando o mercado clandestino de armas", disse o delegado-titular da Delegacia de Roubo a Bancos de São Paulo, Rui Ferraz Fontes.
Segundo o delegado, os revólveres roubados dos vigilantes são usados como mercadorias pelas quadrilhas de roubo a bancos para conseguir dinheiro ou, eventualmente, drogas.
"Os assaltantes de bancos vendem os revólveres calibre 38 que conseguem dos seguranças para criminosos iniciantes. Para eles, essas armas não interessam, uma vez que possuem metralhadoras e fuzis. Os assaltantes vendem cada revólver por R$ 100 ou R$ 200 e compram outras armas, ou até drogas", afirmou Fontes.
"O vigilante de banco armado não é eficiente", completou.
Febraban
Segundo a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), os bancos apenas cumprem a lei que regulamenta a segurança bancária. A norma diz que cada agência tem de ter dois seguranças armados.
A entidade alega que o aumento dos assaltos a bancos é um reflexo do crescimento da criminalidade em geral.
Segundo o secretário José Afonso da Silva, a responsabilidade pela fiscalização da segurança bancária é da Polícia Federal.
(AL)

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