São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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ABL vive disputa por cadeira de Darcy

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O economista Celso Furtado e o filólogo Leodegário de Azevedo Filho disputam hoje a eleição para a sucessão de Darcy Ribeiro na ABL (Academia Brasileira de Letras).
A disputa pela cadeira 11 está bastante equilibrada, diferentemente da eleição da semana passada, quando a vitória do escritor Antônio Olinto para a cadeira deixada por Antonio Callado era considerada certa com antecedência.
Observadores dos processos eleitorais da Academia avaliam que, qualquer que seja o vitorioso, ele não deverá conseguir mais do que dois ou três votos de diferença sobre o adversário.
A terceira candidata à vaga, a escritora Maria José de Queiroz, deverá receber poucos votos, não ameaçando os outros dois candidatos.
Dois aspectos levaram ao equilíbrio da eleição. O primeiro, o fato de alguns acadêmicos considerarem Furtado "excessivamente esquerdista". Por isso, prefeririam Azevedo Filho.
O segundo aspecto seria a necessidade de a ABL ter mais um filólogo em seus quadros. Azevedo Filho, caso eleito, poderia auxiliar o filólogo Antônio Houaiss no trabalho de elaboração do dicionário da língua portuguesa que vem sendo preparado pela ABL há alguns anos.
A eleição acontece hoje, logo após o chá dos acadêmicos, marcado para as 15h. Muitos acadêmicos que não poderão estar no Rio deverão mandar seus votos por carta. Quinze acadêmicos devem comparecer hoje à ABL.
A eleição pode ser decidida no primeiro escrutínio, caso um dos candidatos obtenha 20 votos.
Pelo regulamento da ABL, se nenhum candidato atingir os 20 votos, há um segundo escrutínio.
O regulamento prevê a realização de até quatro votações para que seja eleito um novo acadêmico. Se ainda não houver um vencedor, é marcada outra eleição.
No caso de votos por carta, os acadêmicos já deixam estabelecidos seus votos para os quatro escrutínios.
Na próxima semana haverá outra eleição, para a cadeira 15, ocupada anteriormente pelo monge beneditino dom Marcos Barbosa.
A eleição do padre jesuíta Fernando Bastos de Ávila para sucedê-lo é considerada certa. Apesar de já haver nos quadros da ABL outro religioso -dom Lucas Moreira Neves, cardeal primaz do Brasil e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)-, a tendência dos acadêmicos é eleger o padre.

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