São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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CEF quer financiamento direto aos mutuários

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bancos credores da Encol entendem que a solução para a crise financeira da construtora já foi definida, mas o Banespa precisa aderir ao acordo.
O presidente da CEF (Caixa Econômica Federal), Sérgio Cutolo, disse que a saída é o financiamento direto aos mutuários. Os recursos, de cerca de R$ 1,4 bilhão, seriam direcionados à finalização das obras. "O acordo ainda está prevalecendo, mas o Banespa está tendo dificuldades de se encaixar na proposta", disse.
O interventor da Encol, Jorge Washington, esteve ontem com o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). Os mutuários da construtora também participaram do encontro. Eles pediram a ajuda do parlamentar junto ao governo para pressionar o Banespa a aderir ao acordo.
Segundo o interventor, alguns bancos já estavam refinanciando os empreendimentos, mas as negociações pararam por causa da desistência do Banespa.
Ele disse que não sabe o motivo do recuo do banco, já que ele participou de todas as discussões para a elaboração do acordo. São 38 as instituições financeiras que têm créditos com a Encol em cerca de 710 empreendimentos.
"A solução é de mercado e a adesão do Banespa é vista como estratégica para dar credibilidade ao acordo." O Banespa é o segundo maior credor da construtora, com R$ 87 milhões, atrás do Banco do Brasil, R$ 180 milhões.
A solução desenhada pelo "pool" de bancos é a utilização de recursos que deveriam ser aplicados no SFH (Sistema Financeiro da Habitação). As obras seriam retomadas e o pagamento dos financiamentos quitaria essa dívida.
O interventor disse que o Banespa teria também que suspender a execução judicial da empresa para que os novos recursos sejam empregados nas obras.
Luís Eduardo Magalhães disse aos mutuários que vai falar com o ministro Pedro Malan (Fazenda) e pedir sua intervenção no assunto.

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