São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Déficit das montadoras atinge US$ 700 mi
ARTHUR PEREIRA FILHO
Os números, divulgados ontem pela Anfavea, a associação das montadoras, são oficiais. Foram obtidos junto à Secex (Secretária de Comércio Exterior), do Ministério da Indústria e Comércio. O saldo negativo das montadoras no primeiro semestre do ano representa cerca de 15% do déficit da balança comercial brasileira no período (US$ 4,7 bilhões). Mas a indústria se recusa a ser apontada como responsável pelo desequilíbrio da balança comercial. "O acordo de adesão ao regime automotivo, assinado entre governo e montadoras, não nos obriga a igualar importações com exportações", diz José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da entidade. Regra do jogo Segundo Pinheiro, as "regras do jogo" prevêem que as empresas recebam bônus a cada dólar exportado. Os bônus são usados para elevar o limite de importações. Na prática, a cada dólar exportado, a empresa pode importar entre US$ 1,20 e US$ 1,57, dependendo do item comprado. Para obter esse benefício, diz, as montadoras se comprometeram a a investir mais de US$ 18 bilhões no país até dezembro de 99. Se o volume de investimentos feito pela indústria no primeiro semestre do ano -US$ 1,7 bilhão- for somado às exportações do setor, as montadoras que aderiram ao regime automotivo fecharam o período com um saldo favorável de US$ 1 bilhão. "Não é justo dizer que a indústria não está cumprindo o acordo do regime automotivo por causa do déficit entre importações e exportações. Não é essa a regra do jogo", diz Pinheiro Neto. O objetivo do regime automotivo é atrair novos investimentos para o país. As empresas podem importar carros, componentes e máquinas com alíquota reduzida, desde que cumpram as metas de exportação e investimentos. Além de trazer investimentos, as montadoras têm a obrigação de manter índice de nacionalização de 60% e comprar no Brasil 50% dos equipamentos usados nas linhas de montagem. A Anfavea diz que os compromissos estão sendo cumpridos e que indústria deve fechar o ano com exportações de cerca de US$ 4,8 bilhões. Na semana passada, a Anfavea e o ministro Francisco Dornelles (Indústria e Comércio) assinaram acordo para a realização de auditorias externas nas montadoras para a verificar o desempenho das exportações e importações. Os relatórios serão apresentados semestralmente. Texto Anterior: Banco pode vender crédito Próximo Texto: Fábricas descartam baixar produção de carros Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |