São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Microsoft se alia à Apple, sua ex-rival

Microsoft se alia à Apple, sua ex-rival

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL*

As arqui-rivais Apple e Microsoft decidiram se unir em aliança tecnológica, comercial e financeira.
Pelo acordo fechado ontem, a Microsoft investe US$ 150 milhões na compra de ações da Apple e se compromete a ficar com elas por, pelo menos, três anos. As ações não dão direito a voto.
Mais dinheiro da Microsoft, de valor não revelado, entra na empresa para encerrar uma disputa judicial sobre patentes -o "Windows" seria parecido demais com o sistema da Apple.
O acerto, anunciado durante a MacWorld Expo, feira que está acontecendo em Boston (EUA), dá novo alento à Apple.
Nos últimos 21 meses, a empresa perdeu US$ 1,7 bilhão. Seu faturamento em 1996 somou US$ 8,9 bilhões, 21,7% inferior ao de 95.
A Microsoft, maior produtora de programas para computadores pessoais, se compromete ainda a produzir versões melhoradas do pacote de softwares "Office" -um supercampeão de vendas- para micros Apple e a lançá-las simultaneamente às versões para "Windows".
Em contrapartida, a Apple adota o "Microsoft Internet Explorer" como o navegador padrão dos micros Macintosh para a Internet.
Até ontem, a Apple incluía os navegadores da Microsoft e da Netscape no CD do seu novo sistema operacional, "Mac OS 8".
Além do acordo com a ex-rival, Steve Jobs, co-fundador da Apple, anunciou os nomes dos novos integrantes do conselho de administração da empresa.
Passam a integrar o conselho o ex-gerente-geral financeiro da IBM, Jerome York, o próprio Steve Jobs, William Campbell, principal executivo da Intuit, e Larry Ellison, presidente da Oracle.
Além da experiência e da respeitabilidade dos novos integrantes, chama a atenção a presença de Ellison, que vive às turras com Bill Gates, presidente da Microsoft.
Eles decidirão, nos próximos dias, quem assumirá a presidência do conselho e será o principal executivo da Apple, que está sem comandante há duas semanas.
Brasil
Como a matriz, a Apple Brasil está sem comandante. Mike Caram, diretor de marketing e vendas para a América Latina, está no posto interinamente.
"Continuamos nossa vida normalmente", diz Luciano Kubrusly, 26, gerente de desenvolvimento de mercado.
As vendas da empresa no Brasil ganharam impulso na última Fenasoft, há duas semanas. Com promoções, a Apple vendeu 2.300 micros na feira.
Mesmo sendo um volume inferior ao vendido na Fenasoft de 96 -2.500 máquinas-, Kubrusly considera bom o resultado.
"O consumidor está sem dinheiro. O mercado deverá ter apenas crescimento vegetativo este ano", prevê Kubrusly.

com agências internacionais e Internet

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