São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Argentinos decretam fim da greve e retomam campeonato

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

Após duas semanas de greve, os jogadores de futebol da Argentina decretaram ontem o fim da paralisação e a retomada do campeonato nacional.
Os jogos foram reiniciados na tarde de ontem, e o campeão do torneio será conhecido até a próxima terça-feira.
A greve havia sido convocada em apoio a seis jogadores do Clube Desportivo Espanhol, que se recusava a liberar o passe dos atletas Gustavo Campagnuolo, Mauro Potenzoni, Pablo Guede, Sergio Castillo, Marcelo Pontiroli e Eduardo Fuentes.
Os contratos deles com o clube venceram no último dia 30 de junho, sem prever qualquer tipo de prorrogação.
Mas o clube -que está sendo acionado na Justiça por causa de uma dívida de US$ 3,8 milhões- não os liberou, argumentando que não podia vender parte do seu patrimônio em um momento de dificuldades financeiras.
A Justiça confirmou a posição do clube, o que deu início à greve articulada pelo sindicato dos jogadores (que reúne cerca de 1.800 atletas de todo o país, cada um pagando 3% dos seus salários).
O impasse só terminou na manhã de ontem, quando a Justiça aceitou um aval de US$ 2 milhões apresentado pela AFA (Associação de Futebol Argentino) a favor do clube, e o juiz Juan Garibotto decretou a liberdade dos jogadores.
"Espero que os torcedores nos desculpem, mas essa foi a única opção que tivemos para sair do Espanhol e conseguir melhores contratos com outros clubes", disse o jogador Marcelo Pontiroli.
A greve desgastou o prestígio do presidente da AFA, Julio Grondona, que está no cargo desde 1979. Grondona tem o apoio do brasileiro João Havelange para sucedê-lo na presidência da Fifa (entidade máxima do futebol mundial).

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