São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Rogich quer pugilista longe do ringue
EDUARDO OHATA
(EO) * Folha - No que consiste seu trabalho junto a Mike Tyson? Rogich - Estarei dando dicas do que é bom ou não fazer. Além disso, coordenarei todo o trabalho relacionado à imprensa. Enfim, minha função será mudar a imagem dele perante o público. Folha - Por quanto tempo você estará assessorando Tyson? Rogich - Meu trabalho não tem um prazo para terminar. Estarei em contato permanente com ele nos próximos meses. Folha - Que tipos de conselhos você está dando a ele? Rogich - Disse que precisa procurar um orientador, o que ele já fez. Também disse para tirar o boxe da cabeça por pelo menos um ano. Seu maior objetivo no momento deve ser convencer o mundo de que reconheceu seu erro e está arrependido. Esse será um bom começo. Folha - Você vai acionar a imprensa toda vez em que Tyson for participar de alguma ação beneficente? Rogich - Não necessariamente. O importante é as pessoas sentirem que Tyson está mudando. Se ele atuar apenas em benefício próprio, as pessoas perceberão, com TV ou não. Folha - Quais as similaridades e diferenças entre trabalhar com políticos como Ronald Reagan e George Bush e um atleta como Mike Tyson? Sig Rogich - Tyson, assim como esses políticos, está constantemente sob a mira do público. Tanto na política quanto nos esportes existem momentos críticos que podem destruir a imagem de uma pessoa. A grande diferença é que os políticos foram preparados para lidar com a mídia e as pessoas; Tyson, não. Mas meus primeiros contatos com Tyson indicam que ele tem boa vontade e facilidade em aprender. Folha - Muitos acreditam que os atuais empresários de Tyson, Rory Holloway e John Horne, são responsáveis pelo declínio do lutador. Você vai pedir para que ele troque de empresários? Rogich - Estou trabalhando apenas a imagem de Tyson, não vou me envolver em questões relacionadas a empresários. Tyson é o único que pode fazer as mudanças necessárias para melhorar sua imagem perante a Comissão Atlética de Nevada e o mundo. Você concorda que a imagem de Tyson já estava em péssimo estado antes do incidente da mordida? Rogich - Concordo e tenho consciência de que ninguém pode mudar o passado. Mas acredito na capacidade que as pessoas têm de perdoar. Em seu próprio país devem ter havido casos de jogadores de futebol que também cometeram faltas gravíssimas e foram perdoados, não é verdade? Está nas mãos de Tyson ser perdoado ou não. Folha - O fascínio do público para com Tyson deve-se em grande parte à imagem de "mau garoto". O interesse não vai diminuir se você alterar isso? Rogich - Não concordo. Existe uma grande diferença entre ser durão e quebrar as regras. Tyson tem de mostrar que continua sendo durão, mas seguindo as regras. Texto Anterior: Biografias prejudicam imagem de lutador Próximo Texto: Cubano é convocado a salvar família Ishii Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |