São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Cubano é convocado a salvar família Ishii

VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Representante da quarta geração de judocas da família japonesa Ishii, Vânia, 23, trabalha com um cubano para aumentar suas chances de medalha no Mundial.
Em uma luta do Mundial do Japão, em 95, Vânia Ishii torceu o joelho direito e foi aconselhada a operá-lo.
Mas na ânsia de tentar ir à Olimpíada de Atlanta, não operou.
Excluída nas eliminatórias, fez uma cirurgia de reconstrução dos ligamentos, em maio de 96, com o ex-judoca Wagner Castropil, campeão pan-americano em 92.
"Só voltei a treinar nove meses depois. Quis fazer o primeiro treino com o Castropil porque se acontecesse algo, ele estaria perto. Eu já estava curada, mas precisava do apoio psicológico."
Com a volta ao tatame, Vânia fez três meses de fisioterapia com Eugenio Fuentes Estrada, ex-chefe do Centro Internacional de Reabilitação e Restauração do Sistema Nervoso de Cuba.
Estrada ainda é o preparador físico da judoca.
"A Vânia é a aluna que todos querem ter. Ela confia e segue toda a programação que lhe passo", disse o cubano.
Apesar de ser bisneta, neta e filha de professores japoneses de judô, Vânia aproveitou o trabalho com Eugenio Estrada, ex-campeão mundial de luta greco-romano, para aprender o esporte.
"Meu pai esteve na última Olimpíada e me disse que, infelizmente, não existe mais judô puro. Então ele me apóia a fazer outra luta."
Seu pai é Chiaki Ishii, 56, japonês naturalizado, que, em 71 e 72, conseguiu as primeiras medalhas brasileiras em Mundiais e Olimpíadas, ambas de bronze.
"Já sinto que meu judô está mudando. E quem treina comigo também diz. Falam que estou aproximando mais."
Basicamente, ao invés da luta baseada em golpes com as pernas, a fusão com a luta greco-romana leva a judoca a agarrar as pernas da adversária para derrubá-la.
Além do pai, seu técnico, Vânia é apoiada pela irmã Tânia, que disputou os Jogos de Barcelona, para tentar uma medalha no Mundial.

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