São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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Governistas pressionam relator a incluir mudanças pró-FHC

Para líderes, resistência de Apolinário pode atrasar votação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes governistas estão pressionando o deputado Carlos Apolinário (PMDB-SP) a incorporar em seu relatório sobre a lei eleitoral as mudanças decididas anteontem em reunião no Palácio do Planalto, aprovadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O líder do PSDB, Aécio Neves (MG), disse ontem que a votação do projeto pode ser inviabilizada caso Apolinário insista em manter pontos que contrariam o governo, como a proibição da participação de candidatos em inaugurações de obras públicas.
"Se a Câmara não conseguir votar o relatório até a próxima terça, o senador Sérgio Machado (PSDB-CE) vai colocar em votação sua própria proposta. Vai ficar muito ruim para a Câmara receber o projeto do Senado", disse Aécio.
"Não vou mudar o relatório em função de um acordo limitado aos governistas. Um verdadeiro entendimento teria de levar em conta a oposição", disse Apolinário.
O lobby governista também se manifesta em ameaças veladas de destituir o deputado do cargo de relator. "O relator terá de refletir o entendimento da maioria, sendo ou não o Apolinário. Ele não poderá ser o relator da minoria", disse o deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS).
Pressionado pelos governistas, Apolinário conta com a simpatia da oposição. "A proposta dele é interessante e traz diversos avanços", disse o deputado João Paulo (PT-SP).
Entre os governistas, o único líder que não pressiona o relator é Geddel Vieira Lima (BA), do PMDB. Apesar de ter participado da reunião que decidiu pelas mudanças no projeto, Geddel insiste em dizer que não fez acordo.
O líder vai consultar a bancada sobre pontos polêmicos, como a proibição de participação de candidatos em inaugurações de obras e a redução do prazo oficial de campanha de rua de 90 para 60 dias.

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