São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997 |
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Laqueadura é 'alívio' para mãe de seis
MALU GASPAR
Como quase todas as mulheres que procuram um serviço de planejamento familiar, Helena foi ao posto de saúde procurando a chance de fazer laqueadura. Ao contrário do que ocorre com a maior parte delas, ela conseguiu ter a cirurgia aprovada pela equipe do Hospital do Jabaquara. "Achei que não ia conseguir porque havia mulheres mais velhas que eu no grupo. Quando ouvi da médica que podia fazer a cirurgia, quase chorei. Foi Deus", diz Helena. Casada há 16 anos com o marido, o ajudante-geral José Silva de Moraes, 30, ela só ficou sabendo que havia formas de prevenir a gravidez depois do quarto filho, por amigas. Pernambucana, mudou-se para São Paulo em 1987. Há três anos, quando ficou grávida do penúltimo filho, Alif, decidiu fazer a cirurgia, mas não tinha dinheiro. No ano passado, quando ficou grávida de José Estevão, que hoje tem 3 meses de idade, foi procurar o serviço de um posto de saúde no bairro do Jabaquara (zona sul de SP), depois de saber por um programa de televisão que o município oferecia o serviço. Teve a cirurgia aprovada, principalmente, pela quantidade de filhos que teve e pela baixa renda mensal -que, segundo ela, é de pouco mais de R$ 300,00. Ela está desempregada. Não pode usar anticoncepcionais. "Minha casa já está muito pequena." Helena diz que optou pela laqueadura porque o marido não queria a vasectomia. Em sua família, há dois cunhados e uma cunhada que já fizeram cirurgia definitiva de esterilização. Apesar de já querer a esterilização há bastante tempo, ela diz que não tentou interromper a gravidez. Helena perdeu gêmeos durante a gravidez e dois filhos depois de nascidos, por doença. "Não me arrependo de ter tido meus filhos nem sou dessas loucas que jogam criança fora. Mas com o dinheiro que a gente ganha não dava mais." (MGs) Texto Anterior: São Paulo oferece operação desde 95 Próximo Texto: Bahia não vai mudar programa Índice |
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