São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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60% operaram no Maranhão

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Seis em cada dez mulheres maranhenses em idade reprodutiva têm as trompas ligadas por laqueaduras em cirurgias -na maioria, em troca de votos. Os dados fazem parte de uma pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, atestados pela Bemfam (Sociedade Civil de Bem-Estar Familiar no Brasil), organização não-governamental que trabalha com planejamento familiar.
"Com ou sem proibição, as operações de laqueadura sempre existiram, na maioria dos casos por motivação eleitoral, isto é, a cirurgia em troca de votos nas eleições", afirmou Alice Brandão, diretora assistencial do Hospital Universitário Presidente Dutra, o maior hospital do Maranhão.
Segundo Aurino Bispo Ribeiro, 50, coordenador da Bemfam, a troca de votos por laqueaduras "ainda é muito comum" nas regiões Norte e Nordeste.
Ribeiro considera a laqueadura um método "agressivo" de planejamento familiar e defende o uso de preservativos e pílulas anticoncepcionais.
Alice Brandão defende a regulamentação. "A laqueadura é o método de planejamento familiar mais eficiente para as famílias pobres", disse. Para ela, os hospitais públicos vão precisar de uma total reestruturação para atender à nova regulamentação.

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