São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Casos suspeitos de sarampo dobram em SP

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de casos suspeitos de sarampo no Estado de São Paulo dobrou, pulando de 1.482 no último dia 4 para 2.894 até anteontem, segundo dados divulgados pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica).
O número de casos oficialmente confirmados este ano pelo CVE também aumentou. Cresceu de 2.308 casos para 2.488 (dos quais 2.358 foram detectados na Grande São Paulo).
Segundo o CVE, foi registrada a sexta vítima fatal da epidemia -um bebê de 3 meses de idade que morreu na capital.
Até agora, todas as mortes oficialmente creditadas ao sarampo foram de crianças com menos de 5 anos de idade, residentes na Grande São Paulo -ponto crítico da epidemia que assola o Estado.
Segundo Rosaria Grimaldi Campos, assistente técnica do CVE, o grande aumento no número de casos suspeitos se deve à maior agilidade do centro em processar os novos dados da epidemia.
"Não sabemos com certeza se a epidemia ainda está em sua curva ascendente", disse Rosaria.
Para confirmar um caso suspeito da doença, é feito um exame de laboratório na suposta vítima do sarampo.
Infectologistas ouvidos pela Folha disseram que a vacina de sarampo é eficaz para deter a disseminação da doença, apesar de estarem sendo constatados casos de pessoas que haviam sido vacinadas e pegaram a doença.
Vacina
A vacina normalmente funciona em cerca de 95% das pessoas em que é aplicada.
Os médicos afirmaram que a campanha estadual de vacinação contra o sarampo, que será realizada neste sábado conjuntamente com a campanha nacional contra poliomielite, está certa em priorizar a vacinação de crianças.
A única falha da campanha, dizem os médicos, é não oferecer a vacina para os adultos do Estado que nunca tiveram a doença ou nunca foram vacinados, que fazem parte da população de risco que pode ser contaminada.
"Acho que a vacinação também poderia incluir os adultos suscetíveis de contrair sarampo", disse Marta Helena Lopes, responsável pelo centro de imunizações do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Os adultos também deveria ser imunizados, mas parece que não há vacina suficiente", disse o infectologista Eduardo Servolo de Medeiros, da antiga Escola Paulista de Medicina.
O CVE nega a falta de vacina e acha que não é necessário vacinar adultos para deter a epidemia de sarampo.

Texto Anterior: Sentença desagrada a advogado
Próximo Texto: Quem será vacinado no sábado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.