São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997 |
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Cinegrafista afirma ter sofrido atentado
OTÁVIO CABRAL
Vanni e outras três testemunhas de acusação prestaram depoimento ontem na 1ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar. Segundo Vanni, no início do mês, dois homens encapuzados e armados, que estavam em uma Saveiro, fecharam o carro onde ele estava com o advogado Romeu Montresor, na Vila Guarani (zona leste), próximo de sua casa. "Eles desceram do carro, apontaram as armas em minha direção e disseram que eu iria morrer. Só não atiraram porque outros carros passaram pela rua nesse momento", declarou Vanni. O suposto atentado foi registrado no 41º DP (Vila Rica). Segundo a polícia, a placa do carro que teria sido usado no caso pertence a um caminhão, e não a uma Saveiro. Vanni afirmou ainda que foi ameaçado de morte pessoalmente outras duas vezes. Devido às ameaças, ele e sua família deixaram a casa onde moravam e estão vivendo na casa de parentes. "Eu estou desempregado e meus filhos tiveram que sair da escola. Minha vida virou um inferno depois dessa fita, mas pelo menos os policiais estão presos", afirmou. Depoimento Vanni não quis que os dez policiais militares presos pelos atos de violência que ele filmou ficassem no auditório do Tribunal de Justiça Militar durante seu depoimento, que durou cerca de três horas. Dizendo estar constrangido em responder às perguntas na frente dos acusados, Vanni pediu ao juiz que eles fossem retirados do plenário. O cinegrafista afirmou, como havia feito na Justiça Comum, que resolveu filmar a ação da PM por vontade própria, após receber uma denúncia de um morador que havia sido espancado. Ele disse ainda que não recebeu nada pelas filmagens e que teve a fita retirada de sua casa, em sua ausência, por um homem que se passou por funcionário da TV Globo. Texto Anterior: Traficante vê policiais e abandona coca Próximo Texto: Para médicos, lei vai reduzir esterilização Índice |
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