São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vice-presidente da CDHU critica Estado e cortiço

Invasores estão alojados em escola

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O coordenador do Plano de Atuação em Cortiços (PAC), Lázaro Piunti, vice-presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), criticou o Estado e a ULC (Unificação das Lutas de Cortiços) pelo acordo que transferiu provisoriamente os invasores do prédio na rua do Carmo para uma escola estadual.
O "provisório", que era para ser de apenas três dias, já completou oito dias, sem que o Estado e o movimento chegassem a um acordo quanto a um novo alojamento.
"O governo errou em oferecer a escola como alojamento provisório e o movimento errou ao não sair dentro do prazo estipulado, que era de três dias", disse Piunti ontem, ao visitar casarões no centro de São Paulo ocupados por integrantes do Fórum dos Cortiços.
"O ideal seria que governo e o movimento encontrassem um novo alojamento", afirmou.
Piunti foi conhecer os três imóveis vendidos pela USP (Universidade de São Paulo) à CDHU, na esquina das ruas Pirineus e Brigadeiro Galvão (região central de São Paulo), invadidos em 2 de abril.
Piunti deve anunciar na próxima semana o projeto da CDHU para a área comprada da USP.
O projeto prevê a construção de um prédio com 28 apartamentos. Durante a execução da obra, os atuais moradores seriam levados para alojamentos provisórios.
Não está definido ainda se os moradores pagarão um aluguel social mensal para a CDHU ou se comprarão os apartamentos.
Cozinha
Lázaro Piunti também conheceu o casarão que foi de Santos Dumont, na esquina das alamedas Nothmann e Cleveland (região central), invadido há cinco meses, onde vivem 288 pessoas, divididas em 88 quartos.
A parte não-histórica da área do casarão está prevista para o PAC.
Os invasores criaram no local, há um mês, uma cozinha comunitária onde trabalham 11 moradores da invasão. A cozinha produz refeições, doces e salgados.
Segundo Verônica Kroll, 40% dos lucros é destinado para serviços de manutenção no casarão, como troca de lâmpadas. Os 60% restantes são divididos entre os participantes do projeto.

Texto Anterior: Mãe diz não ter conseguido mandar filho aos EUA
Próximo Texto: Tragédia completa 10 anos sem punição
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.