São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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Tragédia completa 10 anos sem punição

Empresa é acusada por desabamento

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Um protesto com 60 pessoas em frente ao Tribunal de Justiça do Pará, ontem, em Belém, marcou os dez anos do desabamento do edifício em construção Raimundo Farias -que matou 39 operários- e continua impune.
Parentes das vítimas, sindicalistas e militantes de esquerda pediram mais rapidez da Justiça nos processos que tratam da maior tragédia da construção civil no Pará, ocorrida em 13 de agosto de 1987.
Até hoje, nenhuma das 39 famílias recebeu um centavo de indenização. Os processos civil e criminal estão parados. No caso do criminal, a Justiça nem sequer definiu se as mortes são consideradas homicídios culposos ou dolosos.
O homicídio culposo é provocado sem intenção, por imperícia, imprudência ou negligência. O doloso é intencional. Se o tribunal decidir que o crime foi culposo, o processo estará arquivado, pois a prescrição (perda de validade) do crime é de oito anos.
No caso do processo civil, os parentes não aceitam a indenização de R$ 41.756,28 depositada pela construtora. Por esse valor, cada família receberia R$ 1.070.
Como não houve acordo, o dinheiro está bloqueado pela Justiça. Os parentes pedem a liberação do dinheiro, mas exigem uma complementação do valor.
Os acusados são os donos da construtora Marques Farias -chamada hoje Vega Construções- e o engenheiro responsável pelos cálculos. Procurados pela Agência Folha, os donos da empresa não foram localizados.

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