São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preço cai até 70% com 'inverno quente'

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio paulista espera durante 15 dias -a partir de amanhã- comercializar um volume de estoque equivalente a um mês e meio de venda por conta da campanha "Liquida São Paulo".
Esses estoques estão, em média, de 5% a 8% acima do desejado, na avaliação de lojistas e consultores ouvidos pela Folha, e precisam ser escoados para reforço do caixa das empresas e também para dar lugar à coleção primavera-verão, que será lançada em setembro.
O grande volume de mercadoria que precisa ser escoado está concentrado nas lojas de vestuário, mas também de eletroeletrônicos. "Esses dois setores do comércio previam um estoque bem menor para esta época do ano", diz Ana Cristina Gonçalves da Costa, economista do BCN Alliance.
Para Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, associação que reúne os shopping centers, o inverno não está sendo rigoroso, o que provocou encalhe de roupas mais pesadas. É por essa razão, explica ele, que os descontos durante a campanha vão chegar a 70%.
Experiência em BH
A Gregory pretende em 15 dias comercializar 60 mil peças. Essas sobras da coleção de inverno, segundo a empresa, normalmente seriam vendidas em um mês.
Áurea Duca, sócia-proprietária, diz que os descontos de 50% a 70% nos preços devem estimular o consumo. "Uma campanha parecida feita em Belo Horizonte no verão resultou numa venda maior do que a de dezembro passado."
A rede de lojas Vila Romana espera comercializar durante 15 dias, nas suas seis lojas de São Paulo, entre 9 mil e 10 mil peças (entre R$ 600 mil e R$ 700 mil) -sobras que representam 15% da sua coleção. Para isso, vai operar com descontos de até 50% e oferecer cinco meses de prazo de pagamento.
"Se não houvesse essa liquidação provavelmente essa venda só seria feita até o final de setembro", diz Roberto Perez, presidente da Sellinvest, empresa que controla a Vila Romana e também a VR.
A Camelo pretende desovar cerca de 1.800 peças. O estoque está 5% acima do programado. "A campanha vai tentar segurar o ritmo de venda até o final do mês", diz Adriana Camelo, diretora.
A Jogê, rede de lojas especializada em meias e lingeries, também pretende baixar o seu estoque com a promoção que reduz os preços das mercadorias entre 20% e 50% até o final do mês.
Fabiana Baquini, gerente de marketing da Jogê, diz que com a liquidação a empresa pretende faturar neste mês 15% a mais do que em agosto do ano passado.

Texto Anterior: Nova onda especulativa já atinge rupia da Indonésia
Próximo Texto: Noroeste expande crédito em 51,9% e lucra R$ 42,8 milhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.