São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Evento abriga hoje feira de livros

AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A GRAMADO

Gramado rende-se hoje ao cinema escrito. A partir das 14h, abriga a Feira de Livros, com 12 lançamentos.
A história do cinema é substrato para dois volumes. Em "Vocês Não Ouviram Nada -A Barulhenta História do Cinema Mudo", o comentarista de filmes da TV Bandeirantes Celso Sabadin procura destacar as relações entre as escolas da era silenciosa e as conjunturas históricas em que cada uma delas se desenvolveu. "Analiso, por exemplo, porque o expressionismo surgiu na Alemanha", disse Sabadin à Folha.
As celebrações do centenário do cinema deram origem a "Cinema no Século", organizado por Ismail Xavier. O livro reúne palestras do ciclo homônimo desenvolvido no MIS-SP em 94 e 95, procurando desenvolver as relações associativas do cinema.
"Cineastas Latino-Americanos -Entrevistas e Filmes" traz uma seleção do jornalismo cinematográfico assumidamente militante de Maria do Rosário Caetano ("Jornal de Brasília").
O foco é o chamado "novo cinema latino-americano", que tem por sede ideológica Havana, por marco histórico a revolução castrista e por mitos maiores Glauber Rocha e Che Guevara. Glauber é também o tema de "Os Anos Verdes -Glauber, A Conquista do Sonho", de Júlio César Lopo.
A quase vazia estante de biografias de cineastas brasileiros ganha reforços. "Roberto Santos -A Hora e a Vez de Um Cineasta", de Inimá Simões, faz justiça ao pioneiro do cinema independente paulista. Já Helena Salem reconstitui a trajetória do mais enigmático prócer cinema novista em "Leon Hirszman -O Navegador das Estrelas".
Dois novos livros reiteram a historiografia cinematográfica do RS como das mais sistematicamente desenvolvidas. "A Tela Branca -A Crítica de Plínio Moraes" compila a obra do pioneiro da crítica no Estado, Jacob Koutzii (1908-1975). Já "Teixeirinha e o Cinema Gaúcho", de Miriam de S. Rossini, revaloriza o cinema popular através de uma minuciosa reconstituição dos filmes rodados pelo artista entre 1966 e 1981.
Um olhar original nos traz "No Giro da Manivela", em que o mais tradicional bilheteiro de cinema de Curitiba, Zito Alves, apresenta suas memórias.
Não menos nostálgico é o resgate pelos gaúchos Otto Guerra e Tadao Mikai dos "Flip Books", aqueles livros cujos desenhos são animados pelo girar das páginas.
Por fim, a arte do roteiro pauta dois novos títulos. "A Jornada do Escritor", de Christopher Vogler, descreve a base mitológica da cinedramaturgia clássica. E um caso de sucesso ganha versão em livro: "Pequeno Dicionário Amoroso".

O crítico Amir Labaki viaja a Gramado a convite da organização do festival

Texto Anterior: Filme explora fronteiras
Próximo Texto: A vida, o universo e ahn?
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.