São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Raúl Salinas diz ser vítima de complô

Raúl Salinas de Gortari, em suas primeiras declarações à imprensa desde que foi detido, afirmou que sua prisão foi parte de complô armado para prejudicar o ex-presidente do México Carlos Salinas de Gortari, seu irmão.
Raúl Salinas, que deu a entrevista na quinta-feira logo após comparecer a uma audiência judicial na na prisão de Almoloya (65 km da Cidade do México), não disse quem estaria por trás das supostas manobras.
"Houve um ataque ao governo de Carlos Salinas em 1994", disse. Raúl foi detido meses depois do fim do mandato de seu irmão (no poder de 1988 a 1994). Ele é acusado de haver arquitetado a morte de José Francisco Ruiz Massieu, à época o segundo nome no comando do Partido Revolucionário Institucional (PRI), a legenda pela qual se elegeu Carlos Salinas.
Massieu foi morto em setembro de 94. Nas declarações de anteontem, Raúl Salinas negou que tenha participado do crime. "Eu não tinha nada contra ele."
Segundo o "Reforma", um dos jornais presentes à entrevista, Raúl Salinas afirmou que uma das testemunhas de acusação, Fernando Rodríguez (também detido), havia recebido US$ 500 mil da Procuradoria Geral da República para incriminá-lo.
Raúl Salinas acrescentou também que, durante 1994, esteve próximo de ser assassinado. "Tenho fotos de pessoas escondidas ao redor de minha casa apontando armas para mim", afirmou o irmão do ex-presidente.
Raúl Salinas também é acusado de enriquecimento ilícito. Investigações realizadas após a prisão descobriram mais de US$ 100 milhões depositados na Europa em nome dele ou em nome de testas-de-ferro.
Carlos Salinas abandonou o México após a prisão de seu irmão. Atualmente, o ex-presidente vive em Dublin, capital da República da Irlanda.

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