São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Morte de pataxó; Saúde em Osasco; Motta operado; Financiamentos do governo; Manifestação de sem-teto; Ursos e idosos; Gosto popular; Fluminense e MTV

Morte de pataxó
"Sempre existe um ponto de vista que defende as atitudes mais inconsequentes neste país. O que me deixa mais perplexo é que novamente a justiça de Brasília mostra-se incapaz de agir com seriedade perante um atentado violento contra os direitos humanos."
Antonio Luiz Esteve (São Paulo, SP)
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"O Judiciário de Brasília, ao punir os estudantes que atearam fogo ao índio pataxó, agiu corretamente ao aplicar-lhes a pena de lesão corporal seguida de morte. Por que motivo os jovens iriam querer matar o silvícola?
Como no livro de Dostoiévski, a dor moral dos jovens brasilienses já deve ter lhes imposto um castigo indelével para o resto de suas vidas."
Wander Cortezzi (São José do Rio Preto, SP)
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"Hitler nasceu em 4 de abril e matou milhares de inocentes. É sabido que a data é comemorativa para os integrantes dos partidos neonazistas. O índio pataxó, inocente, morreu em 4 de abril. Quanta coincidência."
Adriano Diogo, vereador pelo PT (São Paulo, SP)

Saúde em Osasco
"Em atenção à reportagem 'Estado tem saúde de 1º e 5º Mundos' (Cotidiano, 13 de agosto), gostaríamos de esclarecer: os dados mencionados são de pesquisa do IBGE de 1992 e se referem aos 15 municípios que compõem a região DIR-5. Além de publicar informações já superadas, o texto passa ao leitor a impressão de tratar-se de dados referentes ao município de Osasco, o que não é correto.
Na verdade, Osasco, nos últimos quatro anos, construiu seus dois primeiros hospitais municipais, duas policlínicas, sete pronto-socorros, um centro de atenção psicossocial, um instituto médico legal, um laboratório de patologia clínica e 37 postos de saúde.
A rede básica de saúde municipal conta hoje com 1.046 médicos e dentistas, 1.088 paramédicos e 1.200 servidores administrativos, registrando a média de 175 mil atendimentos mensais.
O município aplica mensalmente na saúde cerca de R$ 7 milhões. Todos esses dados fizeram de Osasco município-padrão no atendimento à saúde pública. Pesquisa do Ibope de agosto de 1996 constatou a aprovação de 95% entre os usuários."
Silas Bortolosso, prefeito de Osasco (Osasco, SP)

Motta operado
"Interessante o destaque dado pela mídia ao tratamento das enfermidades do sr. Sérgio Motta. Cabe indagar como ficaria a saúde do ínclito ministro se dependesse das verbas da CPMF."
Karina Bernardo Santos (Torrinha, SP)

Financiamentos do governo
"Parabéns por seu editorial 'Inversão de prioridades' (8 de agosto), em torno de 'um generoso programa de financiamento pelo BNDES' ao setor liderado pela telefonia celular.
Sem dúvida nenhuma, essa e outras iniciativas da esfera estatal traduzem, objetivamente, uma inaceitável inversão de prioridades diante de nossos seriíssimos e antigos problemas sociais.
Em tudo e por tudo, é inaceitável que o Estado, por seu governo e respectivos órgãos, volte as costas aos milhões de necessitados, carentes de tudo, para agir em favor de grupos poderosos."
Haroldo Baggio (Atibaia, SP)

Manifestação de sem-teto
"Sobre a manifestação 'Abra o Olho, Brasil!', em 25 de julho, queremos esclarecer que a CMP (Central de Movimentos Populares) não é uma entidade apenas de sem-teto; as entidades e movimentos filiados à CMP são todos de esquerda e não existe nenhum segmento conservador, como descreve quadro na pág. 1-4 (Brasil) de 26/7; e nossas reivindicações foram dirigidas ao governo federal, não ao municipal."
Raimundo Bonfim, secretário nacional de comunicação da Central de Movimentos Populares (São Paulo, SP)

Nota da Redação - O texto não diz que os sem-teto considerados conservadores (que existem e são organizados por vereadores da periferia) estão ligados à CMP.

Ursos e idosos
"Há alguns anos, o filme "Sangue sobre a Neve" mostrou alguns costumes dos esquimós, entre os quais abandonar os 'velhos' para serem devorados pelos ursos -eles já não valiam nada, constituindo-se em um pesado fardo para a comunidade.
Sou engenheiro desempregado. Recentemente, ao completar 60 anos, recebi como presente um aumento de mais de 100% no valor do convênio de assistência médica, consumindo 50% dos parcos quatro salários mínimos que recebo como aposentado.
Acredito que milhares de brasileiros se encontram nas mesmas condições ou bem piores. Será que existirão ursos para todos?"
José Ricardo Goulart (São Paulo, SP)

Gosto popular
"Desde muito cedo, lá na minha querida Caratinga, aprendi: 'Questão de gosto não se discute'. Senão, como iríamos entender o enorme sucesso do doce Tiririca, do gaiato Falcão ou do grupo Negritude Júnior, no qual o solista, sem a menor dúvida, seria gongado em qualquer programa de calouros?
Veja como são as coisas: o Chico César cantando é apenas e tão-somente o autor. Afinal, não há como negar que sua voz é horrorosa.
Quero informar que este intérprete está lançando o 43º trabalho e faz sucesso há 32 anos, apesar da odiosa discriminação de que é vítima por parte de frustrados e pseudointelectuais que se recusam a admitir que este cantor negro tem tanto talento quanto Pavarotti, apesar de jamais ter tido necessidade de uma só aula musical. Sou um ser iluminado, protegido pelos deuses; por isso, independo de colunistas que escrevem para eles mesmos, ignorando o verdadeiro gosto popular.
Apesar de semi-alfabetizado, tenho a vaidade de dizer: sou um homem muito inteligente, e esta inteligência já me proporcionou a maior votação do país em um primeiro mandato. Somente não vou além porque a minha voz política também é odiosamente discriminada. Afinal, sempre digo o que o povo entende e a elite odeia: a verdade."
Agnaldo Timóteo, cantor (Rio de Janeiro, RJ)

Fluminense e MTV
"Quero protestar pela forma parcial e sórdida com que o infeliz colunista Matinas Suzuki Jr. retratou o Fluminense e a MTV, seu patrocinador.
Por que não se criticam os patrocinadores do Corinthians e Atlético Paranaense? Esses, sim, são os clubes que envergonham os jovens ao, nos bastidores, tramar 'trocas de favores' visando benefícios escusos. Por que não falar também do Bragantino?"
Gustavo Barbosa Netto (Brasília, DF)
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"Fiquei muito surpreso ao ler a coluna do dito jornalista, publicada em 22 de julho. Surpreso por entender que ele condena 8 milhões de torcedores de um clube chamado Fluminense a não mais poder contar com patrocínio de empresa alguma.
Ao escrever sobre moralidade no futebol, deveria citar o Corinthians, que usou verba do seu patrocinador -acredito- para corromper ou tentar corromper árbitros. Deveria também se lembrar do Atlético Paranaense, que teve atitude idêntica à do clube paulista."
Fernando Silva (Florianópolis, SC)

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