São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Uma em cada seis engravida na primeira vez

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Outro dado apontado pela pesquisa é que aproximadamente uma em cada seis garotas engravidou na primeira relação sexual. Foram constatados 75 casos, 45 dos quais de gestações indesejadas.
Nesses casos, como na maioria envolvendo as jovens pesquisadas, imperou a falta de informações. "Eu nem sabia que podia ter filho com essa idade", disse L.T.S., 13, mãe aos 12.
K.C.S., 17, mãe solteira de um filho de 1 ano, diz que engravidou na primeira relação, aos 15. Seus namorados nunca usaram preservativos.
Na opinião do ginecologista Luiz Rodrigues Simões Jr., as jovens geralmente são estimuladas por colegas. Sem prevenção e com maior estímulo sexual em dias férteis, acabam engravidando nas primeiras cinco relações.
"Ao entrar na puberdade, se não for bem informada e encontrando facilidade, ela vai ter iniciação sexual com certeza e se expor à gravidez e a doenças", diz o médico.
Um dado preocupante para a saúde pública, detectado pela pesquisa, é que, mesmo depois de algum tempo de sexo e de informadas sobre os riscos, as jovens dispensam preservativos.
L.P., 18, mãe de um filho de 7 meses, é uma delas. Manteve a primeira relação aos 14 e está casada há um ano. Antes, os namorados não gostavam de camisinha. Hoje, ela diz confiar cegamente no marido. O casal nunca fez exames de HIV, o vírus causador da Aids.
Abortos
A pesquisa apontou uma taxa de aborto de 7,9%, a maioria espontânea, número bem inferior à média nacional. Segundo dados do Ministério da Saúde, 21,26% das curetagens (procedimentos de limpeza) pós-abortos realizadas pelo SUS no país no ano passado foram em jovens de 10 a 19 anos.
Esses números, no entanto, não refletem a realidade, segundo o ministério, porque as pessoas só procuram fazer curetagem se houver complicações no aborto.

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