São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997 |
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Mutirão devolve sujeira de praias ao mar no Rio
SERGIO TORRES
As praias que mais recebem lixo flutuante na baía de Guanabara são Mauá, São Lourenço, Coroa e São Francisco, no município de Magé (a 60 km do Rio). Situadas no fundo da baía, essas praias são o depósito natural dos detritos que bóiam na superfície da água. Milhares de garrafas plásticas, pedaços de madeira, peças de metal, pneus e até móveis chegam às praias de Magé. Não existe um serviço governamental de recolhimento do lixo flutuante. A Prefeitura de Magé informou não ter pessoal e equipamentos para tirar o lixo das praias. O PDBG (Programa de Despoluição da Baía de Guanabara) prevê a construção de uma usina de lixo em Magé, além de postos de coleta de detritos. As obras ainda não começaram. A praia de São Lourenço viveu uma situação crítica nos últimos cinco anos. Com a falta de limpeza, os detritos se acumularam sobre o mar, formando uma espécie de tapete sobre a superfície da água a até 100 metros da areia. A imundície e a falta de ações oficiais levaram os moradores de São Lourenço a criar grupos encarregados de devolver a sujeira ao mar. Há um mês, o comerciante José Pedro Pereira de Menezes, 40, reuniu 15 amigos para fazer a limpeza. "Era um mar de sujeira. Não dava mais para ver água ou areia. Tirei 15 cachorros mortos do lixo. O cheiro era insuportável. Tive que fechar o bar (em frente à praia) por uma semana", disse Menezes. O trabalho de limpeza da praia demorou 15 dias. Os integrantes do mutirão usaram barcos e redes para levar o lixo para longe da praia, aproveitando a vazante. Como a estratégia se mostrou vitoriosa, moradores da praia de São Francisco, a cerca de 1 km de São Lourenço, resolveram adotá-la. Texto Anterior: Uma em cada seis engravida na primeira vez Próximo Texto: Saneamento é prioritário Índice |
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