São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Estado distribui leite com coliforme fecal
ROBERTO COSSO
O Instituto Adolfo Lutz analisou uma amostra do leite usado na merenda escolar do Estado. O resultado revela a presença de 9,3 coliformes fecais por mililitro. O limite máximo é 2. A análise do produto foi pedida pelo deputado estadual Paulo Teixeira (PT-SP), depois da publicação da notícia que a Polícia Militar comprava leite B para seus cães. Diarréia A justificativa da PM era que "o leite C, além de água, contém muitas bactérias, que causam disenteria e desidratação dos animais, muitas vezes levando ao óbito". O objetivo do programa de distribuição do leite é justamente atingir as crianças mais novas e mais carentes. O Adolfo Lutz também identificou 240 coliformes de outros tipos por mililitro de leite -o máximo permitido é 10. De acordo com o médico Célio Levyman, essas bactérias podem até levar à morte. Diferenças As diferenças entre os leites B e C começam na hora em que a vaca é ordenhada. Em São Roque (42 km de SP), onde a reportagem acompanhou a ordenha, o leite C é tirado manualmente, ao ar livre, em piso de terra e perto das fezes que se acumulam no local. Em Piedade (98 km de SP), o leite B é tirado por ordenhadeira mecânica, em estábulo com azulejos brancos, após o úbere (mama) da vaca ser lavado com água e substância clorada e enxugado com lenços de papel. O leite B é armazenado dentro de geladeira e o C, em temperatura ambiente, ficando, muitas vezes, horas no sol à espera do caminhão para levá-lo ao laticínio. Ali, o processamento do leite B é feito primeiro, para fazer com que o produto fique exposto ao ar o menor tempo possível. Texto Anterior: "Caravana pela Paz" é organizada Próximo Texto: Vigilância Sanitária quer refazer análise Índice |
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