São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997
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BB tem lucro e volta a pagar dividendos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil vai distribuir R$ 82,09 milhões para seus acionistas. Esse valor corresponde a cerca de 30% do lucro líquido do primeiro semestre deste ano, divulgado ontem, que ficou em R$ 287,7 milhões.
A última vez que o banco pagou dividendos foi em 94, e o valor distribuído foi de R$ 55 milhões.
O diretor de Finanças, Carlos Gilberto Caetano, disse que o pagamento só deverá ocorrer depois de setembro.
Segundo ele, há uma controvérsia jurídica sobre o diferencial de pagamento às ações preferenciais (sem direito a voto) e ordinárias.
A legislação estabelece que os dividendos das ações preferenciais são 10% maiores que os das ações ordinárias. Quando for definida a questão, os acionistas terão os recursos creditados em conta corrente, no caso dos clientes do BB, ou poderão sacar nas agências bancárias.
O lucro do semestre passado foi 12% superior ao do semestre anterior, de R$ 254,9 milhões.
O diretor do BB disse que o resultado positivo foi possível por causa do aumento do crédito direto ao consumidor.
Em junho de 96, por exemplo, o volume de crédito ao consumidor e cheque especial somava R$ 850 milhões. Esse volume pulou para R$ 2,95 bilhões em junho deste ano. "O banco quer privilegiar o varejo", afirmou.
As despesas com pessoal foram reduzidas porque 5.081 funcionários deixaram o banco.
A inadimplência caiu de 17,5% no primeiro semestre de 96 para 10,9% em 97. Caetano disse que o atraso do pagamento dos créditos novos, concedidos ainda neste ano, é bem menor, cerca de 2,7%.
Segundo ele, o desempenho do crédito direto ao consumidor foi melhor porque a inadimplência dessas operações no semestre ficou em 1,5%, índice bem abaixo do registrado no mercado financeiro (próximo a 4%).
Crédito para ações
Caetano anunciou também a criação de uma linha de crédito para financiar a compra de ações do BB. Serão disponibilizados cerca de R$ 200 milhões para que os acionistas aumentem sua participação no banco.
O empréstimo poderá ser pago em até 24 meses, e a taxa de juros cobrada será a Selic (a média dos títulos públicos), que está em 1,6% ao mês.
O crédito só vai valer para os acionistas do banco. O valor máximo de compra é de 100 mil ações por investidor, pessoa jurídica ou física. A cotação do lote de mil ações (PN), ontem, estava em R$ 13,35.

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