São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Protesto da Gaviões da Fiel termina com tragédia
LUIZ CESAR PIMENTEL
Um guindaste que estava sendo usado na construção da nova sede social do clube tombou às 15h40, atingindo um manifestante. O torcedor Cristiano José da Silva, 18, desempregado, teve parte da perna direita esmagada e o braço direito gravemente ferido. "Existe um sério risco de ele morrer por parada cardiorrespiratória em consequência de hemorragia", afirmou o médico do Corinthians, Paulo Faria, que prestou os primeiros socorros. Consciente, ele reclamava de falta de ar quando era resgatado. O operador do guindaste, Gilberto Vilanova da Silva, 36, teve fratura exposta na perna esquerda, que corre o risco de ser amputada. O torcedor foi levado para o Hospital do Tatuapé (zona Leste). Já o operador da máquina foi resgatado de helicóptero e encaminhado ao hospital Santa Casa, em Santa Cecília (centro). Além das pessoas, o guindaste, que atravessou parte da avenida Condessa Elizabeth de Rubiano, em frente ao clube, atingiu dois veículos -uma perua Kombi e uma picape Fiorino. A perua havia estacionado cerca de dez minutos antes. "Mais um pouco e eu também ia junto", afirmou Antônio Belo da Silva, 49, que descera do veículo para ir ao banheiro. O protesto, reunindo dez torcedores, teve início às 3h da manhã. Além de eleições para presidente no clube, os torcedores também queriam a volta das torcidas organizadas aos estádios, banidas desde 25 de agosto de 95. Cinco dias antes, na final da Supercopa de juniores, uma briga entre são-paulinos e palmeirenses, no estádio do Pacaembu, terminou com a morte de Márcio Gasparin da Silva e mais de 100 feridos. Ontem, foi estendida uma bandeira da Gaviões da Fiel sobre uma placa em frente ao clube, onde se encontram enumerados todos os títulos da atual administração. Os torcedores permaneciam sentados em um sofá na calçada, quando o guindaste tombou. A cirurgia de Cristiano José da Silva terminou por volta das 21h. Ele teve a perna direita amputada na altura do joelho. Às 22h, Gilberto Vilanova da Silva ainda sofria cirurgia. À essa hora, o boletim de ocorrência foi concluído no 52º Distrito Policial, em Parque São Jorge. Como aconteceram lesões corporais e acidente de trabalho, será realizado exame de corpo de delito. Testemunhas e vítimas serão ouvidas. Elabora-se um laudo, de onde será aberto um inquérito. O inquérito é encaminhado à promotoria (Ministério Público), onde o promotor apresenta ou não denúncia. A seguir, o juiz decide sobre a abertura ou não de processo penal. Paralelamente, pode ocorrer ação cível de indenização por parte das vítimas e dos proprietários dos veículos atingidos. (LCP) Texto Anterior: Luxemburgo escala júnior amanhã no Sul; Lusa deve acertar hoje com Carlos Germano; União São João demite o técnico Lula Pereira; Lateral André ameaça processar o São Paulo Próximo Texto: Excel demonstra que empresa não é tudo no fut Índice |
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