São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997
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Choques deixam 10 mortos no Líbano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos dez pessoas morreram em atentados e bombardeios entre forças aliadas a Israel, o Exército libanês e guerrilheiros islâmicos, ontem no Líbano.
A cidade de Sidon, 40 km ao sul de Beirute, foi bombardeada. Pelo menos seis civis foram mortos, e outros 36, feridos. Autoridades israelenses disseram que o ataque foi realizado pelas forças do general Antoine Lahd, comandante do Exército do Sul do Líbano (ESL), milícia aliada de Israel no país árabe.
Um comunicado do Exército libanês confirmou que o ESL era o responsável pelo bombardeio, que se seguiu à explosão de bomba em Jezzine (sul do Líbano). Três jovens, dois deles filhos de um ex-comandante do ESL, foram mortos no atentado, atribuído à guerrilha Hizbollah.
Um total de 16 bombas atingiu Sidon, forçando os moradores a se esconder. Os médicos tentavam identificar as vítimas levadas aos hospitais da cidade. "Nós temos duas cabeças e partes de corpos. Muitas pessoas vieram, mas não conseguiram identificar ninguém", disse um médico do hospital Ghassan Hamoud. A "France Presse" informou que um bebê de dois meses, ferido no ataque, morreu quando recebia tratamento.
Israel condenou as mortes de civis, mas disse não ter controle sobre Jezzine, de onde partiu o ataque e que fica fora da área ocupada por Israel no sul do Líbano. A cidade é controlada pelas forças do general Lahd.
"Jezzine está fora de nossa área. Fora de nossa responsabilidade, fora de nosso controle", disse Oded Ben-Ami, porta-voz militar israelense. Yitzhak Mordechai, ministro da Defesa, afirmou que pressionará para que operações similares não se repitam.
Logo após o ataque a Sidon, o mais violento desde as investidas realizadas por Israel no ano passado -quando mais de cem pessoas foram mortas em um acampamento de refugiados no sul do Líbano-, seis foguetes Katiucha atingiram Jezzine, matando um civil. Autoridades libanesas disseram que o Exército do país lançou ofensiva contra a cidade.
Vários Katiucha foram lançados também contra Marjaioun, onde as forças israelenses no Líbano e o ESL mantêm quartéis-generais.
O mais importante líder do Hizbollah no sul do Líbano, Nabeel Kauouk, havia ameaçado retaliar o ataque do ESL.
Segundo fontes militares, o bombardeio a Sidon se seguiu à intensificação dos choques entre as forças pró-Israel e membros do Hizbollah (guerrilha islâmica que luta pelo fim da ocupação israelense no sul do Líbano).
Desde 1982, Israel mantém sob seu controle uma faixa de 15 km de largura no sul do Estado vizinho. O governo israelense afirma que a ocupação impede ataques terroristas ao norte de seu território.
Os choques na região são frequentes e têm se intensificado com a crise que atinge as negociações de paz para o Oriente Médio.

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