São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Índice
Vaticano rebate ataque ao papa de líder separatista da Itália Umberto Bossi é 'anão que pensa ser gigante', afirma jornal MARTA AVANCINI
O diário afirma não surpreender a "ignorância histórica e a atitude vulgar" de Bossi, incapaz de respeitar um "verdadeiro gigante da história contemporânea". "(Bossi) é um anão que pensa ser um gigante", disse o jornal. O líder da Liga Norte afirmara que o "papa polaco" (João Paulo 2º nasceu na Polônia) havia desviado a Igreja Católica do "poder espiritual para o temporal". O separatista, que defende a formação da República da Padania (reunindo territórios do norte da Itália), já havia criticado a igreja em outras ocasiões. O Vaticano defende a manutenção da unidade do Estado italiano. Bossi também foi atacado pela oposição e pelo governo. Dario Franceschini, porta-voz do Partido Popular (um dos que formam a base governista), propôs formar uma aliança contra a Liga Norte. "Devemos juntar nossas energias para o benefício dos italianos do norte", afirmou. "As palavras de Bossi são fruto de neurose. Ele precisa de um psiquiatra", disse Rocco Buttiglione, líder dos democratas-cristãos, oposicionista. As palavras de Bossi podem prejudicar a aliança que vinha sendo articulada entre seu partido e a oposição para apresentar um candidato único à Prefeitura de Veneza, norte da Itália. Jovens católicos Enquanto na Itália católicos se enfrentam com o líder separatista, a França se prepara para acolher a 12ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude, que começam oficialmente hoje em Paris sob a marca da polêmica em torno do esvaziamento do evento. O evento existe desde 1985 e foi criado pelo papa João Paulo 2º com o objetivo de aproximar a Igreja Católica dos jovens. Até ontem, havia cerca de 300 mil inscritos de 140 países. O número é considerado pequeno em relação à edição anterior. Em 95, as jornadas reuniram cerca de 4 milhões de jovens em Manila, nas Filipinas. O ponto alto do evento será a presença do papa João Paulo 2º, que chega quinta-feira a Paris. Ele fica na cidade até domingo. A agenda do papa inclui uma beatificação, o batismo de dez jovens de cinco continentes no sábado e uma missa campal no hipódromo de Longchamps. "É difícil avaliar o sucesso ou o fracasso de um evento antes que ele tenha acontecido", disse Jean-Michel di Falco, porta-voz das Jornadas Mundiais da Juventude durante a entrevista coletiva de apresentação do evento. O arcebispo de Paris, Jean-Marie Lustiger, afirmou que o número de jovens franceses inscritos havia dobrado desde anteontem, sem precisar o número total. Os organizadores estimam que haja 100 mil franceses inscritos. Os brasileiros são cerca de 3.000. Colaborou MARTA AVANCINI, de Paris Texto Anterior: Oposição à inclusão do Brasil no CS supreende FHC Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |