São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 1997 |
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"Falaram com todos, menos comigo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O empresário Pedro Paulo de Souza, afastado da presidência da Encol, disse que o relatório da Delloite Touche Tohmatsu está incompleto. Ele afirmou que nunca foi procurado pelos auditores para dar informações."Eles conversaram com todo mundo, menos comigo e com meu assessor direto", disse. Souza confirma que foi feito um empréstimo de R$ 175 mil para seu irmão, Francisco Flávio, que é sócio minoritário da Encol. Segundo ele, foi uma operação normal, de uma pessoa jurídica para terceiros, e que a garantia da operação são as ações em poder de Francisco, que, segundo o empresário, valem R$ 1 milhão. A construtora tem 331 acionistas. O controller da Encol, Jales Lucas Machado, também confirmou que a empresa deixou de contabilizar algumas trocas. Os imóveis foram trocados por areia e cimento, mas não havia comprovante da operação porque os fornecedores se negaram a emitir a nota fiscal. Legislação Ele disse também que alguns empreendimentos não foram incorporados por causa da legislação dos Estados e dos municípios. Na opinião de Machado, a auditoria é incompleta, porque apenas 3 das 60 filiais da Encol foram visitadas pelos auditores. As contas no exterior foram abertas para movimentar os recursos de obras contratadas na Nigéria. Com a mudança de governo no país, elas foram paralisadas, e as contas bancárias, segundo o ex-presidente, fechadas. Os recursos foram enviados para o Brasil, e a documentação da operação, de acordo com Souza, estão na empresa. O empresário disse que tem R$ 8,77 milhões para receber da Encol a título de dividendos. "Não saquei porque eu sei que há solução para a empresa", afirmou. Nelson Barreto Filho, diretor da Deloitte, admitiu que a auditoria não está terminada. Texto Anterior: Encol desviou dinheiro, mostra auditoria Próximo Texto: Bancos credores desistem de tentar salvar a construtora Índice |
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