São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997 |
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Preços sobem quase 1% em uma semana
MAURO ZAFALON
Mas a contradição com a Fipe, que acaba de divulgar a maior deflação desde junho de 1957, é só aparente. A alta nesta semana foi concentrada em um setor: industrializados. No IPC da Fipe, outros itens, em queda, compensam a elevação dos industrializados. Produzidos por grandes empresas, os bens industrializados estão chegando ao varejo com uma remarcação silenciosa de preços. O mercado, às vezes, fica à mercê dessas empresas, diz o diretor de uma rede de supermercados. Para ele, apesar da concorrência e das vendas em baixa, esse setor consegue adequar produção e recuperação de custos. Isso não ocorre com produtos agrícolas, que pagam pela falta de estrutura na comercialização e são mais dependentes do mercado, afirma. A pesquisa do Datafolha mostra que neste ano os produtos de higiene acumulam reajuste de 19%, enquanto os de limpeza ficaram 18% mais caros. No mesmo período, o reajuste médio dos cem itens pesquisados pelo Datafolha atingiu 4,8% em São Paulo. Após a pressão dos industrializados, o consumidor paulistano vai começar a perceber no bolso dois novos aumentos que já estão sendo repassados para os supermercados: arroz e óleo de soja. Diferenças O desencontro de taxas entre Fipe e Datafolha ocorre devido a três pontos básicos. Primeiro, a pesquisa do Datafolha não inclui vestuário, o principal responsável pela deflação atual da Fipe. Segundo: a taxa da Fipe é quadrissemanal, ou seja, compara a evolução de preços de quatro semanas em relação às quatro anteriores. A do Datafolha compara preços de uma semana para outra. Por último, a Fipe trabalha com ponderação -cada produto tem um peso específico. No Datafolha não há essa ponderação. Texto Anterior: Ameaça de boicote já atinge 4 Estados Próximo Texto: Ford espera vender 350 mil carros em 98 Índice |
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