São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Burger King reduz venda de hambúrguer

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A rede de lanchonetes que mais vende hambúrgueres no mundo, a Burger King, não pôde oferecer seu principal produto aos clientes em 700 de seus 6.200 restaurantes nos EUA devido ao maior recolhimento de carne da história do país.
Cerca de 11 mil toneladas de hambúrgueres congelados da empresa Hudson estão sendo recolhidos por suspeita de estarem infectadas com a bactéria Escherichia coli. A Secretaria da Agricultura dos EUA mandou uma equipe de investigadores a campo para determinar a origem da contaminação e ordenou o fechamento por tempo indeterminado da fábrica da Hudson em Columbus, Nebraska, Meio-Oeste, em que a carne infectada foi processada.
Por enquanto, foram registrados 18 casos de pessoas adoecidas por causa dos hambúrgueres da Hudson. A bactéria E. coli pode provocar diarréias fortes (inclusive com hemorragia), desidratação, colapso do fígado e até morte. Entre 10 mil e 20 mil norte-americanos se infeccionam por ano com a E. coli, mas o número de mortes é pequeno.
Segundo as autoridades médicas norte-americanas, se a carne infectada é cozida a temperaturas superiores a 71 graus Celsius, a pessoa que a ingere não fica doente.
A Burger King afirma ser a única rede de lanchonetes a garantir esse nível de temperatura na preparação de hambúrgueres. Mesmo assim, foi obrigada a recolher todos os bifes processados pela Hudson.
A Hudson, que tem sede em Arkansas, sul, faturou em 1996 US$ 1,4 bilhão. A empresa alega não ter cometido qualquer irregularidade no manuseio de seus produtos. O fechamento de sua fábrica em Nebraska lhe custará US$ 2 milhões por semana.
As autoridades médicas e agrícolas dos EUA estão se esforçando para assegurar à população que a carne do país continua segura. O secretário da Agricultura, Dan Glickman, disse que um novo sistema para detectar E. coli está sendo instalado em todos os matadouros norte-americanos e afirmou que nenhuma nação do mundo oferece carne de melhor qualidade sanitária do que os EUA.
Glickman também afirmou que nenhum hambúrguer contaminado chegará às escolas do país, que voltam a funcionar na semana que vem, após as férias de verão.
A Burger King disse que hoje todos os seus restaurantes estarão oferecendo de novo hambúrgueres aos clientes e que todos serão seguros. A rede vende 4,4 milhões de hambúrgueres por dia. Cerca de 1.650 de seus restaurantes receberam carne da Hudson nos últimos dois meses e tiveram de devolvê-la às autoridades sanitárias.
(CELS)

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