São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Papa encerra visita à França com missa em Paris

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Uma multidão de 750 mil a 1 milhão de pessoas deve assistir à missa que o papa João Paulo 2º celebra hoje no hipódromo de Longchamp, em Paris.
A estimativa se baseia nas inscrições recebidas até ontem pelos organizadores das Jornadas Mundiais da Juventude, que terminam hoje na cidade.
O papa encerra hoje sua visita de quatro dias à França e retorna a Roma, na Itália.
A cerimônia será aberta ao público. A vigília, realizada ontem à noite em Longchamp, também o foi. Mas os interessados tiveram de se inscrever previamente.
Além da inscrição prévia, os organizadores do evento estabeleceram cobrança das refeições a serem fornecidas para o público. Os que quiseram apenas assistir à missa, não tiveram de pagar nada.
O valor cobrado variou de 50 francos (US$ 8,30) -somente para a refeição da vigília- a 95 francos (US$ 15,80) -incluindo o café da manhã antes da missa.
A vigília estava prevista para começar depois do batismo de dez jovens dos cinco continentes pelo papa. A cerimônia simboliza a universalidade da igreja e a esperança de sua permanência durante o próximo milênio, de acordo com os organizadores.
Os jovens que acompanham as Jornadas e pessoas inscritas passaram a noite acampados em Longchamp para aguardar a missa programada para começar às 9h (4h no horário de Brasília).
O arcebispo de Paris, cardeal Jean-Marie Lustiger, considera justo cobrar taxas para os eventos. "É um grande evento, tivemos despesas. É uma maneira de as pessoas colaborarem", disse Lustiger na última segunda-feira.
A missa de hoje promete ser um grande espetáculo. A produção e a coordenação estão sob a responsabilidade de Yvan Hinnemann e Jean-Marie Herbecq. Os dois têm grande experiência na realização de eventos de grande porte, entre os quais estão as festas de comemoração do bicentenário da Revolução Francesa, celebrado em 1989, e as "gayprides", passeatas promovidas por grupos de apoio ao homossexualismo.
O palco onde o papa deve celebrar a missa foi concebido por uma equipe de arquitetos liderada por Christian de Portzamparc. Ele tem 20 m de altura, 80 m de largura e 25 m de comprimento e visa criar o clima de uma catedral ao ar livre.
"O papa tem de se sentir perto das pessoas e, ao mesmo tempo, ser visto de uma distância de 400 metros", disse Portzamparc ao jornal "Le Figaro".
Ontem, cerca de 400 mil pessoas formaram uma corrente humana de 36 km em Paris. A manifestação fez parte da programação das Jornadas e teve por objetivo defender a paz e a fraternidade.

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