São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997 |
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Mão-de-obra não tem especialização
MARTA AVANCINI
"Atualmente, os blocos de pedra são extraídos com máquinas, são regulares, quase perfeitos, e os operários tentam criar um aspecto irregular na superfície", disse Jacques Moulin. Antes, afirmou o arquiteto, a pedra era extraída manualmente, e os blocos acabavam saindo naturalmente irregulares. "A intenção dos artesãos era torná-los o mais regulares possível no menor tempo a fim de agilizar o andamento da obra." Para construir o castelo de Guédélon, estão sendo adotados exclusivamente os procedimentos antigos. "Parte desses conhecimentos vem da observação, já que existem vários castelos do século 13 bem conservados, parte, dos livros, e o restante, das tradições", afirmou. Mão-de-obra Uma das etapas consideradas mais complicadas é reconstituir as técnicas para forjar o ferro, pois as ferramentas antigas não existem mais e têm de ser reconstituídas. Em nome da fidelidade às técnicas antigas, a mão-de-obra que atua no canteiro de obras não é especializada. "É mais fácil formar um profissional novo, que vai talhar a pedra de maneira irregular e criar a estrutura de encaixes das pedras nas paredes, por exemplo. É isso que queremos." Hoje, apenas cerca de dez pessoas estão trabalhando na construção do castelo de Guédélon, mas esse número deve crescer conforme a obra avançar. "Se fosse na Idade Média, esse castelo não levaria mais do que cinco anos para ser construído", disse Moulin. Segundo o arquiteto francês, "dependendo do poder econômico do senhor, o número de operários podia chegar a 800 em uma obra". (MA) Texto Anterior: Funções eram habitação e defesa Próximo Texto: A evolução dos castelos Índice |
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