São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Picape Ranger 2.3 tem boa relação custo-benefício

MARCELO TADEU LIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A agilidade no trânsito pode não ser o ponto forte das picapes médias. Mas a Ford Ranger XL 2.3, fabricada na Argentina, consegue surpreender justamente nesse quesito, oferecendo um desempenho mais do que razoável para um veículo de seu porte.
Tratando-se de uma picape de cunho mais urbano e jovem, outro destaque é a relação custo-benefício, onde a Ranger traz seu maior trunfo frente à concorrência.
Colocada lado a lado com a sua principal rival, a Chevrolet S10 2.2, a Ranger leva vantagem no desempenho e no preço -R$ 19.796, contra R$ 20.118 da S10 (preços básicos). Por outro lado, perde no acabamento interno e no design.
O motor de 2.287 centímetros cúbicos (cc) e 114 cavalos apresenta melhor aproveitamento do torque (força) em baixas rotações.
Isso explica o comportamento arisco em saídas, que garante uma dirigibilidade mais agradável no anda-e-pára do tráfego urbano.
Já em estradas, exigindo força do motor, a Ranger se apresenta mais tímida -porém não chega a desagradar. Em teste realizado pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, a Ranger se saiu melhor nas acelerações -fez de 0 a 100 km/h em 13,54 segundos- do que nas retomadas de velocidade.
O câmbio de engates longos também prejudica na hora de recuperar o fôlego em ultrapassagens. Para retomar a velocidade de 60 km/h a 100 km/h, por exemplo, a Ranger levou intermináveis 13,6 segundos -veja quadro abaixo.
Os freios se mostraram competentes e seguros. O dispositivo ABS (antitravamento), mesmo que apenas nas rodas traseiras, é útil quando a caçamba está carregada.
Apesar da boa capacidade de carga na caçamba (até 720 kg), os ocupantes sofrem para transportar bagagem no interior da cabine. Há um espaço ínfimo atrás do banco, apenas para pequenos volumes.
O acabamento interno é espartano, embora a cabine seja confortável para três ocupantes. O painel, de linhas simples, oferece boa leitura e traz os instrumentos necessários, como conta-giros, marcador do nível de óleo e voltímetro.
O banco, inteiriço, traz acabamento em tecido e vinil. O piso tem forração de borracha. Faz falta uma abertura no vidro traseiro para melhorar a ventilação sem a necessidade de abrir os vidros.
Para manter um "preço competitivo", o comprador da Ranger 2.3 estará privado de alguns itens de conforto, que não estão disponíveis nem como opcionais, como acionamento elétrico dos vidros e dos espelhos retrovisores, regulagem da altura do volante e travamento central das portas.

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