São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jardineiro é preso por assassinar artista

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um recibo de serviços prestados e o rastreamento de cheques roubados levou a polícia à prisão de três acusados de roubar e de matar a artista plástica Hermine Toth, 73.
O principal acusado é o jardineiro Renato Gomes de Melo Martins, 26 -os outros presos, segundo a polícia, sabiam que ele ia cometer o crime e queriam receber parte do que fosse roubado.
O crime ocorreu em 28 de julho na casa da pintora, na rua Horácio Bondieri, no Morumbi (zona sudoeste de São Paulo). Hermine foi rendida com um canivete.
Desmaiada, ela teve o pescoço apertado por uma coleira de cachorro e os ouvidos perfurados por um saca-rolha e por um espeto de churrasco. Por fim, o assassino ateou fogo ao corpo de Hermine. "Para não deixar impressões digitais", disse o jardineiro.
Martins confessou o crime. Segundo a polícia, ele estava com uma pistola calibre 9 mm, uma agenda e um perfume -todos roubados da casa da pintora.
"A família da vítima reconheceu os objetos", disse o delegado Marcelo Guedes Damas, da Divisão de Homicídios. Ele afirmou que uma pistola de chumbinho foi achada com um dos outros presos: o comerciante José Carlos de Jesus, 48.
Dono de uma pensão na Baixada do Glicério (região central), o comerciante negou o crime. Disse que ia consertar a pistola de chumbinho a pedido de Martins.
Além dele, a polícia também prendeu Tânia Ferreira Lino, 38. Ela, que teria recebido e vendido cheques e jóias roubados da artista plástica, também negou o crime.
Tânia e o comerciante foram acusados pelo jardineiro. "Eles sabiam que Martins ia matá-la", disse o delegado.
Emprego
O jardineiro fora contratado pela artista plástica no começo do mês passado. Ele bateu na casa da pintora e ofereceu seus serviços por R$ 20 ao dia, metade do que era cobrado por Anísio do Nascimento, então jardineiro de Hermine.
Martins trabalhou nos dias 10 e 11. No dia do crime, ele chegou às 9h e foi visto entrando na casa pelo antigo jardineiro. Anísio havia ido apanhar seu último pagamento.
Às 12h, viu a artista sentada em uma sala. Então, foi rendê-la. Apertou o pescoço da vítima e a fez desmaiar. Entrou no sobrado, apanhou vários objetos e os pôs em uma bolsa. Depois, matou-a.
Os policiais acharam o corpo carbonizado no mesmo dia. Também acharam o recibo de pagamento para o jardineiro. Quando três cheques, dois deles roubados, caíram na conta da vítima, a polícia conseguiu rastreá-los.
"Então, descobrimos a pensão e prendemos o jardineiro. Depois dele, detivemos, no mesmo dia, os outros acusados na mesma pensão", disse o delegado.
(MG)

Texto Anterior: Usuária não foi atendida em banco
Próximo Texto: 'Aprendi a matar na cadeia'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.