São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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Tarso Genro descarta participar de prévia
CARLOS EDUARDO ALVES
"Sou uma solução, não um problema", afirmou o ex-prefeito de Porto Alegre ao chegar ao Rio para participar da convenção nacional do PT, que começa hoje. A prévia é defendida pela "esquerda" do PT e também pelo governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, se Lula resistir às pressões de correligionários para enfrentar o presidente Fernando Henrique Cardoso. Genro insistiu em que, se Lula não anunciar agora que está fora do páreo presidencial, mesmo assim se tornará de fato o candidato do partido. "Se persistir a ambiguidade, a consequência espontânea do Encontro (convenção) é a candidatura Lula", acha. Lula, que oscila entre o sim e o não à candidatura, quer esperar até o final do ano para a definição. Oficialmente, para ver se o PT consegue articular uma frente de centro-esquerda para não ter um resultado desastroso na eleição e, nos bastidores, torcendo para que termine o namoro da população com o Plano Real. Apesar da negativa de aceitar oficialmente a candidatura antes de uma conversa marcada para ontem com Lula, Genro foi enfático que o aval público é a única exigência. "Preciso da chancela de Lula e não de um prévia", disse. Genro já faz até cálculo de candidato. Concordou que, potencialmente, tem menos votos que Lula, mas não aceita o fracasso eleitoral antecipadamente. "Me sentirei derrotado se tiver menos de 30% do votos, que é a base mínima da esquerda." Em mais uma atitude de candidato, disparou contra o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB), que ameaça disputar a Presidência da República pelo PSB, um dos aliados tradicionais do PT. "O Ciro não é de esquerda e nem de oposição. Ele está é magoado com o Fernando Henrique." Irônico, Genro fez uma comparação entre Ciro e o ex-presidente Fernando Collor de Mello. "Ciro recorre a um aspecto collorido ao bater na moral e nos bons costumes", disse. "Também parece querer repetir Collor ao apostar na chance de se tornar um fenômeno lateral aos partidos." Sobre política interna do PT, Genro, que apóia a candidatura de José Dirceu à presidência do partido, propôs uma fórmula para "combater a ameaça de cisão": Dirceu no comando e Milton Temer, candidato da "esquerda" da legenda, com assento na Executiva da agremiação. Texto Anterior: FHC quer reforma partidária Próximo Texto: Corrente de Lula deve vencer Índice |
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