São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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Após derrotas, Inocêncio diz se sentir um 'idiota'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Ao comentar as derrotas sofridas na votação da lei eleitoral, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse ontem que estava se sentindo como "Eremildo, o idiota" (personagem do colunista Elio Gaspari, da Folha).A comparação feita por Inocêncio resumiu o sentimento de perplexidade dos líderes governistas. Acostumados a ganhar as votações com a estratégia de "rolo compressor" (sem negociação), eles foram atropelados pela oposição na sessão de anteontem. A causa principal da derrota foi a divisão da base governista. "Eremildo, o idiota, quer saber por que o PMDB e o PPB votaram contra a questão do voto em branco se, com isso, vão perder de 15 a 20 deputados na próxima eleição", disse Inocêncio. O líder pefelista se referia a uma emenda de sua autoria que mantinha os votos em branco no cálculo do quociente eleitoral -o que beneficiaria os grandes partidos e prejudicaria os pequenos. A emenda foi rejeitada. A divisão dos governistas ficou evidente logo no início da sessão de anteontem, quando o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), discutiu aos gritos com o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA). 'Questão de partido' Com o dedo em riste, Luís Eduardo cobrou explicações sobre a aliança informal entre o PMDB e os partidos de oposição na votação. Entre palavrões, Geddel exigiu que o pefelista não gritasse. "Lei eleitoral não é questão de governo, mas de partido. Minha única intenção é defender o PMDB. É uma questão de sobrevivência", disse ontem o líder do partido, ao ser questionado sobre o episódio. O clima de confronto se acentuou quando os governistas perceberam que haviam aprovado, sem saber, o financiamento público parcial das campanhas em 98. O relator do projeto, deputado Carlos Apolinário (PMDB-SP), foi acusado por Inocêncio de se utilizar de "subterfúgios" para enganar os parlamentares. "O Inocêncio se considera dono do Congresso e não está acostumado a perder. Bobeou, dançou", afirmou. Texto Anterior: Ser ou não ser Próximo Texto: Senador quer derrubar proposta Índice |
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