São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Brincando, 'Avoar' volta ao passado

MÔNICA RODRIGUES COSTA

Seis palhaços contam uma história diferente. Talvez o melhor fosse dizer que eles cantam, pois "Avoar" é uma colagem de canções e brincadeiras antigas, familiares para quem tem hoje entre 35 e 45 anos.
O texto é de Vladimir Capella, o mesmo diretor de "O Saci" e "Maria Borralheira", montagens que imprimiram uma marca de qualidade ao teatro para crianças em São Paulo.
Em "Avoar", tudo começa com a brincadeira "Boca-de-Forno", quando um dos palhaços pede para os outros arranjarem uma palmeira, uma lua e uma canção.
Assim, os personagens, que são um misto de palhaços e crianças, partem para uma viagem de barco, e várias cenas, ora líricas ora engraçadas, acontecem. Brincadeiras de adivinhação, como "Uva, Pêra ou Maçã", são sucedidas por conversas e pequenas pirraças, no estilo próprio das crianças.
Dois atores são músicos, tocam ao vivo e são acompanhados pelos outros. O elenco faz um trabalho de representação exemplar.
O grupo atua em um cenário feito de objetos que são transformados durante as cenas. Uma escada pode ser uma árvore ou um barco. Uma bacia de alumínio é um pequeno barco e uma Lua.
Embora o enredo não faça parte do repertório das crianças de hoje, faz parte da história da infância no Brasil, e tudo é contado com delicadeza e imaginação.

AVOAR Texto: Vladimir Capella. Direção: Chiquinho Cabrera e Edu Silva Filho. Com: Fabiano Goulart, Rita Ivanoff, Emersom Ribeiro, Flávio Véspero, Daniele Pimenta e Chiquinho Cabrera. Itália (av. Ipiranga, 344, região central, tel. 257-3138). 308 lugares. Sáb. e dom.: 17h30. Até outubro/97. 60 min. Recomendado para crianças entre 7 e 10 anos. Ingr.: R$ 12. Estac. (R$ 5).

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