São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Sarampo mata primeiro adulto no Estado

ARIEL KOSTMAN; MARCOS PIVETTA
DA FT E DA REPORTAGEM LOCAL

O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) registrou o primeiro caso de morte de adulto por sarampo no Estado de São Paulo. Uma mulher de 28 anos morreu em decorrência da doença em Campinas (99 km de SP). Por uma questão legal, o CVE não divulgou mais detalhes sobre a paciente.
Além da mulher, seis crianças, todas com menos de 5 anos e moradoras da região metropolitana, morreram por causa da doença em 97.
O CVE confirmou oficialmente mais 269 casos de sarampo no Estado, passando de 3.056, no dia 20, para 3.325, até ontem.
O número de casos suspeitos da doença aumentou de 7.322 para 10.256 em uma semana, um crescimento de 40%.
"O número de casos confirmados deve continuar aumentando por algum tempo porque ainda temos muito casos suspeitos que estão sendo investigados", disse Ciro Rossetti, médico do CVE.
A maioria dos casos agora confirmados é do mês de julho, refletindo a disseminação da doença antes da campanha estadual de vacinação contra sarampo, realizada de 16 a 22 agosto.
"Os efeitos da campanha de vacinação só devem começar a aparecer daqui a algum tempo, porque a vacina só começa a fazer efeito depois de três semanas", disse Rossetti.
A partir do dia 8 de setembro, o CVE inicia uma operação pente-fino nas escolas para vacinar crianças até 15 anos ainda não imunizadas. As normas para a operação serão publicadas no "Diário Oficial do Estado" na semana que vem.
Amanhã, das 8h às 17h, será realizada campanha de vacinação na favela do Heliópolis, Sacomã (zona sudeste de São Paulo), para pessoas de menos de 30 anos com a vacina em atraso. A favela foi escolhida porque já teve 20 casos de sarampo até agora.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida pela saliva. Provoca febre alta, coriza, conjuntivite, manchas vermelhas e pode levar à morte.
(ARIEL KOSTMAN e MP)

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