São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Plano Diretor precisa de regras para economia

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Plano Diretor de São Paulo deve preparar a cidade para assumir um papel de "cidade global".
Essa foi uma das propostas defendidas pelos participantes do segundo debate sobre o plano realizado na Câmara Municipal, anteontem à noite. O tema da noite foi o desenvolvimento econômico e a estrutura urbana da cidade.
"O plano é falho nesse sentido. Não tem direcionamento das atividades econômicas", disse o diretor-superintendente do IPT, Milton Campanário.
Campanário apresentou duas sugestões de como o plano poderia influir sobre o caráter da cidade.
A primeira é a necessidade de o plano organizar e direcionar a malha de transmissão de dados, vozes e imagens, essencial para conectá-la ao mundo. Hoje, a falta de regulamentação é responsável por uma "poluição eletromagnética".
O aumento do comércio exterior em São Paulo também poderia ser aproveitado, segundo ele, com a criação de um "dry port (porto seco)" na cidade.
O porto permitiria a São Paulo apropriar-se da arrecadação de impostos aduaneiros que hoje é feita nas cidades com aeroportos ou portos marítimos.
Concentração
A concentração dos investimentos públicos e das atividades econômicas geradoras de emprego no centro expandido da cidade também foi criticada por diversos arquitetos presentes ao debate.
Segundo o arquiteto e urbanista Cândido Malta Campos, o plano deve "levar para a periferia o que hoje está no centro". O arquiteto diz que o projeto atual do plano prevê exatamente o contrário, que é aumentar a capacidade de adensamento das áreas já urbanizadas.
Uma das sugestões de Malta é de que a atividade econômica acompanhe os canais de circulação da cidade, como as ferrovias.
Nadia Somek, da Faculdade de Arquitetura Mackenzie, acredita que o zoneamento é a chave para redirecionar os investimentos.

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