São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Castro tem melhora, mas permanece na UTI

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Professor melhora, mas continua na UTI

Castro é submetido a uma traqueostomia
O estado de saúde do professor Leonardo Teodoro de Castro, internado na UTI do Hospital São Paulo desde o dia 12 de julho, apresentou pequena melhora, mas continua grave.
Castro deverá ser indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de ser o responsável pela explosão no interior do Fokker-100 da TAM -o primeiro atentado a bomba da aviação brasileira.
O acidente, ocorrido no feriado de 9 de julho, provocou a morte do engenheiro Fernando Caldeira de Moura, lançado para fora do avião a uma altitude de 2.400 metros.
Castro foi atropelado por um ônibus um dia após agentes da Polícia Federal realizarem uma vistoria em seu apartamento.
"Ele continua em estado grave, mas a parte respiratória está bem melhor agora", declarou Pestana. De acordo com ele, Castro tem grandes chances de recuperação, mas ainda é cedo para dizer quando isso poderá acontecer.
O médico, no entanto, admite a possibilidade de o paciente ficar com algum tipo de sequela caso se recupere. "Ele pode ter sequelas como déficit de consciência, mas ainda não tivemos condições de avaliar."
A equipe que cuida do professor começou, mais uma vez, a retirar gradativamente a aparelhagem que o ajuda a respirar. A intenção é avaliar até que ponto Castro consegue respirar por conta própria.
Pestana não descarta também a hipótese de Castro não sobreviver ou contrair algum processo infeccioso mais perigoso devido ao tempo de internação.
Investigações
As investigações da Polícia Federal a respeito do acidente estão chegando ao fim. Os delegados que cuidam do caso afirmam não ter dúvidas que Castro colocou a bomba no avião.
Segundo eles, todas as evidências -ainda mantidas em sigilo- foram encontradas no apartamento do professor, em uma mala e em uma caixa de papelão possivelmente utilizadas para transportar o artefato. As evidências são resíduos de substâncias químicas.
Até o momento, a polícia não conseguiu estabelecer o motivo que levou Castro a tentar explodir o avião nem onde ele teria conseguido os componentes químicos para fabricar a bomba.
Um novo depoimento do suspeito seria fundamental para esclarecer a dúvida.
O advogado de Castro, Tales Castelo Branco, considera absurda a possibilidade de indiciamento do seu cliente.

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