São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
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Eurico vê cobrança precipitada

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente de Futebol do Vasco, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), discorda do ex-secretário da Receita Federal.
"O Osiris está botando o carro à frente dos bois", afirmou.
"Isso (cobrar dos 'cartolas' as multas) só pode ocorrer depois. Primeiro, multem e executem o clube. Se o patrimônio do clube não responder pelo valor, é preciso cobrar do dirigente."
Eurico Miranda não conhece nenhum caso em que um diretor de agremiação tenha pago a dívida à Receita Federal. "Sei apenas de casos em que os dirigentes adiantaram dinheiro aos clubes."
Dois funcionários graduados da Receita ouvidos pela Folha também discordam de Lopes Filho. Para eles, não há como multar diretamente os dirigentes. É preciso atuar da mesma forma que com as empresas (cobradas antes que os responsáveis pelas ilegalidades).
Osiris Lopes Filho comandava a Receita no fim de 1993, quando diretores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e jogadores começaram a ser fiscalizados.
Motivo: o filho de um coordenador da Receita comprou um álbum de figurinhas em que constavam nomes de atletas. O pai teve a idéia de checar os nomes nos computadores e viu que a maioria não apresentava declaração de renda.
Lopes Filho pediu demissão um dia depois de mandar fiscais revistarem a bagagem da seleção brasileira, na volta da Copa de 94. Ele disse ter saído ao não sentir apoio do governo ao seu gesto.
(MM)

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