São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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Moda mineira vive momento de êxtase
ERIKA PALOMINO
Em sua primeira edição, a Belo Horizonte Fashion Week pontua um grande momento para a moda produzida pelos mineiros. Depois de seu primeiro boom, nos anos 80, com o Grupo Mineiro de Moda, a situação ganha contornos específicos graças a dois segmentos. Inspirado no japonismo dos anos 80, Loureiro conquista ao combinar personalidade e suas vontades pessoais de moda com uma bem dosada preocupação comercial, junto a equilibrada sintonia com tendências internacionais. Enquanto Fraga satiriza a cultura fashion e tenta produzir looks ao mesmo tempo usáveis & excêntricos (como gostam os mais arrojados mineiros), Toledo busca a modernidade a qualquer custo. O risco: cair em fórmulas de estilistas já consagrados em sua linha, como Alexandre Herchcovitch (ao repetir a marcante forma do triquíni, por exemplo). Com isso Toledo desvia a atenção de suas próprias e boas idéias e abre espaço para a crítica. Deve insistir em suas próprias -e boas- idéias. A Reciclagem é outro nome que merece atenção, com uma moda correta, urbana e com preocupação de acabamento, com ênfase nos sensuais vestidos. O jérsei foi bem trabalhado, em delicados drapeados e uso de decotes e corte no viés. Em termos de desfile e agressividade, quem investiu mais foi a marca de jeans Disritmia, com casting classe A, com muitas tops importadas de São Paulo, cenografia e edição perfeita. Na passarela, que mais parecia mesmo a rua de um grande centro, com uma cabine telefônica ao fundo, meninos e meninas vestiam a roupa básica da marca com individualidade à toda prova, valorizando a parte fashion. A Vide Bula enxugou seu desfile, em relação ao MorumbiFashion e ganhou mais alguns pontos, mas precisa se livrar de alguns entraves para sua criação ser menos comercial e presa a looks de ontem. Victor Dzenk, apontado como outro destaque da nova geração, investe numa imagem de mulher sexy, com força no devorê e no preto total. Tem bons momentos, sobretudo nas alças e partes de cima. Mas deve soltar mais a mão. Estampas de dragão e de galhos não são exatamente novidade. Outros hypes: a exótica Adriana Piscinin, top de BH, os acessórios da bem intencionada Arezzo; as participações de jovens criadores paulistas. E que venha o inverno. A colunista Erika Palomino viajou a Belo Horizonte a convite da produção do evento. Texto Anterior: Bienal perde público, mas vende mais Próximo Texto: NAS GERAIS Índice |
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