São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chancela à inverdade; Luz Vermelha; Aborto; Prêmio; Como médicos; Outro sistema; Essencial

Chancela à inverdade
"No editorial 'Sem Saúde' (25/8), a Folha chancela uma inverdade assacada contra a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) ao repetir a leviandade do deputado José Aristodemo Pinotti, no seu afã de desmerecer o substitutivo do relator Pinheiro Landim ao projeto de lei nº 4.425/94, que se propõe a regulamentar planos e seguros privados de saúde.
O editorialista diz que o deputado Landim 'elaborou seu texto com 104 (?) parágrafos idênticos aos do projeto defendido pela Associação Brasileira de Medicina de Grupo...'.
Ora, a Abramge não propôs nenhum projeto. O que se sabe é que o deputado Pinotti vem apresentando um documento apócrifo e atribuindo a sua autoria a esta entidade, lançando suspeita sobre o trabalho do relator, para inviabilizá-lo politicamente, apesar de ambos os deputados envolvidos serem do mesmo partido, ou seja, do PMDB.
A Abramge colaborou com críticas e sugestões que, legitimamente, fez chegar ao Executivo, quando da gestão do ex-ministro Adib Jatene, por meio de documento firmado pelo seu presidente, e ao Legislativo, por meio de audiências públicas para as quais foi convocada, da mesma forma que outros setores envolvidos e interessados.
Como, aliás, o fizeram, conjuntamente, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgãos do Ministério da Fazenda, conforme minuta enviada à Comissão Especial da Câmara dos Deputados, onde pode inclusive ser constatada a semelhança com o substitutivo apontado como cópia do tal 'projeto-Abramge', que nunca existiu.
Mas isso também não significa que essa minuta seja a matriz do substitutivo. Vale examinar os substitutivos que antecederam o do deputado Landim.
Em sua peregrinação, o documento originário do Senado foi assumindo as características atuais, beneficiado (ou não) por sugestões e críticas de setores os mais diversos, como as do ministro Pedro Malan e a proposta do Grupo de Trabalho Interministerial.
Isso não esquecendo das sugestões contidas no anteprojeto de lei, elaborado por uma comissão, nomeada pelo então ministro Adib Jatene, da qual a Abramge participou, ao lado de representantes de todos os setores interessados.
É justo reconhecer a isenção do editorialista por atestar a falência dos serviços públicos de saúde e destacar a responsabilidade do Estado em garantir o atendimento à população.
Quanto ao reembolso aos hospitais públicos por serviços prestados a associados de convênios, a Abramge já se manifestou favorável, desde que dentro das condições contratuais.
Ressalte-se, no entanto, que parece exagerado o número de casos com que acenam como justificativa, pois soa estranho alguém associado a uma operadora deliberadamente optar pelo atendimento público."
Arlindo de Almeida, presidente da Abramge -Associação Brasileira de Medicina de Grupo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Foi o deputado Pinheiro Landim, em declarações publicadas pela Folha em 22/8, que afirmou ter recebido um projeto da Abramge, explicando inclusive como havia utilizado tal texto na redação de seu projeto. O deputado não contestou as informações publicadas até que, diante do protesto da Abramge, fosse ouvido novamente pelo jornal, voltando atrás no que havia declarado a esse respeito.

Luz Vermelha
"O Bandido da Luz Vermelha passou 30 anos na cadeia e agora foi libertado. Tem, portanto, o direito conquistado de viver em paz como uma pessoa normal.
A imprensa, em particular a Folha, parece não concordar com isso."
Marco Antonio Sá (São Paulo, SP)
*
"Muito bonita a libertação de Luz Vermelha após 30 anos de prisão.
Tá certo que o Estado não o recuperou e não fez muito pelo detento. Tudo bem, a mídia em geral está dando a maior cobertura e a maior força.
E suas vítimas, como estarão? Ninguém vai falar nada sobre as vítimas?"
Valdenir dos Santos Silva (Apucarana, PR)
*
"É lamentável o destaque, a cobertura jornalística e empolgação que os jornais, TVs e rádios estão dando à soltura do Bandido da Luz Vermelha, como se fosse um grande acontecimento nacional."
Ernani Sanches (São Paulo, SP)

Aborto
"O estuprador, que é o criminoso, é condenado a, no máximo, dez anos de reclusão.
O filho gerado em decorrência de estupro não comete crime algum. No entanto, absolutamente inocente, recebe a pena de morte."
Lázaro Válter Monteiro (Mandaguari, PR)
*
"Por que tanta celeuma em torno do aborto? Deixa nascer!
Depois nós os matamos de fome, de frio, verminose, pancada, estupro, drogas e trabalho escravo.
Se algum danadinho teimar em viver, a gente passa fogo!"
Lourdes Marques de Almeida (Uberaba, MG)

Prêmio
"Sinto-me orgulhoso pelo merecido Prêmio Icatu de Jornalismo Econômico que acaba de ser outorgado ao jornalista Frederico Vasconcelos."
Sérgio Coimbra, presidente do Grupo Cacique (São Paulo, SP)
*
"O Departamento Econômico do Consulado Geral de Israel vem parabenizar o jornalista Frederico Vasconcelos pela reportagem 'Lei é branda com infração financeira', graças à qual a Folha recebeu o Prêmio Icatu de Jornalismo Econômico de 1997."
Gal Mor, cônsul para Assuntos Econômicos, Consulado Geral de Israel (São Paulo, SP)
*
"Congratulações pelo merecido Prêmio Icatu de Jornalismo Econômico."
Joseph Couri, presidente do Simpi -Sindicato da Média e Pequena Indústria (São Paulo, SP)

Como médicos
"Em breve a revista 'Playboy' nos fará sentir um pouco médicos.
Afinal, ultimamente neste país quem costuma ver sem-terra nu é só médico-legista."
Leandro da Silva (Campinas, SP)

Outro sistema
"A senadora Marina Silva (PT-AC) foi infeliz em sua frase sobre o deputado Chicão Brígido: 'Ele é réu, mas também vítima. Quem o viu na televisão sabe que ele foi engolido pelo sistema'.
Ela só esqueceu de dizer que ele foi engolido pelo sistema da pouca vergonha que reina no Senado e na Câmara."
Jayro Sguassabia (Casa, Branca, SP)

Essencial
"Sobre o encontro do papa com os jovens em Paris e a missa celebrada com centenas de bispos: um fato histórico para a juventude e para a igreja, maior concentração popular já vista na França.
Pena que a reportagem da Folha tenha visualizado somente o arco-íris das vestimentas dos bispos e o nome do estilista que as idealizou..."
Maria Angélica Meirelles de Faria (Piracicaba, SP)

Texto Anterior: Réquiem para Requião
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.