São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997 |
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MST contesta dados do Incra
DA REPORTAGEM LOCAL Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), afirmou que, ao contrário do que diz o governo, os assentados não são "privilegiados"."Dizer isso é o mesmo que dizer que alguém que mora embaixo da ponte é privilegiado porque não teve de construir a ponte nem paga aluguel." "Mas, quando não há financiamento e os recursos são poucos, as famílias não têm como viabilizar a produção", declarou. O líder do MST contestou as informações fornecidas pelo Incra de que os assentados, assim que recebem um pedaço de terra, têm acesso a um crédito mínimo de R$ 19.080. "Se dizem que recebemos tudo isso, falta muito dinheiro para a gente pegar. E vamos cobrar." Mauro criticou ainda a demora na liberação dos créditos. "Os recursos não são entregues imediatamente. Sou assentado desde 86 e até hoje não recebi o crédito habitação." Segundo o Incra, cada família assentada tem direito a R$ 2.000 para a cobertura de gastos com moradia, R$ 340 para alimentação e R$ R$ 740 para a compra de ferramentas e sementes que permitam a viabilização de sua primeira safra. Além disso teriam direito a R$ 16 mil em créditos especiais do Procera (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária). "Também não é verdade que o Incra instala e deixa o assentamento bonitinho. Isso seria o ideal, mas, na maioria deles, energia elétrica, por exemplo, os assentados põem por conta própria. O Procera financia e nós pagamos. Tudo o que conseguimos é com luta." Texto Anterior: Assentamento lucrativo ainda recebe verba Próximo Texto: Assentados têm de deixar 'a casa do pai', diz Incra Índice |
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