São Paulo, sábado, 30 de agosto de 1997
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Menores obedecem aos maiores

Muitos brasileiros foram para o Japão tentar ganhar dinheiro para volta e ter uma vida melhor aqui. Quando saíram do Brasil, levaram os filhos pequenos.
Maiko Inomata, 13, está no Japão há três anos e, desde que chegou ao país, estuda na escola Imaíse. Seus amigos são quase todos japoneses.
Mas ele ainda não se acostumou com uma regra comum nas escolas de lá. Todo aluno mais novo tem de respeitar os alunos mais velhos, chamados de "senpai".
Maiko conta que, "se a gente tratar mal um menino mais velho, ele até bate na gente, e as professoras não dizem nada porque os "senpai" têm de ser respeitados".
Como está na 7ª série, Maiko tem de obedecer à turma da 8ª série, da mesma forma que os estudantes da 6ª série obedecem à turma dele.
"É sempre assim nas escolas japonesas, e, às vezes, isso é ruim, porque muitos desses alunos "senpai" são briguentos", conta Maiko.
Na escola Imaíse estudam mais de 300 alunos e, além de Maiko, há duas crianças brasileiras. Como elas sabem pouco japonês, Maiko é chamado para traduzir coisas importantes das lições.
Ele estuda das 8h às 16h no inverno, quando os dias são mais curtos e escurece mais cedo. No verão, suas aulas vão até as 18h30.
Maiko diz que a escola é cansativa. "Mas, depois que a gente se acostuma, é bom". Considerado um dos melhores alunos, conta que apenas estuda direito. "Se fosse para bagunçar, não precisava ir à escola, ficava na rua".
Na escola de Maiko todo aluno tem de escolher um esporte. Ou futebol, basquete, vôlei, natação, beisebol, handebol.
Maiko escolheu tênis de mesa, que ele treina desde o primário. "É gostoso porque a gente disputa em outras escolas e em outras cidades."

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