São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997 |
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Eleitor expõe senador baiano no lugar de imagem de santo
XICO SÁ
Na parede do seu pequeno bar, lanchonete e mercearia 3 Orixás, no Pelourinho, centro histórico de Salvador, Biriba exibe o retrato de ACM no lugar reservado a imagens de santos. "É Deus no céu e este homem aqui na proteção da gente", diz o comerciante, para mostrar a sua crença no senador. "É o padroeiro da minha casa." Há 45 anos instalado no Pelourinho, Biriba conta que é sempre visitado por ACM durante as campanhas eleitorais. Gaba-se de algumas vezes, na juventude, ter disputado algumas partidas de futebol com o ídolo e "candidato eterno". O eleitor conta que Antonio Carlos Magalhães sempre foi de mandar. "Era tudo do jeito que ele queria, apitava o jogo", diz. "Homem para governar aqui é obrigado a ser duro mesmo, por isso que gosto dele." Biriba disse que estava reservando uma roupa nova para a festa da próxima quarta-feira, quando ACM comemora os seus 70 anos, com festa nas ruas de Salvador. Por conta do seu fanatismo, o comerciante costuma ser alvo de piadas de vizinhos e fregueses, mas não parece disposto a mudar de idéia ou ídolo. Considerando os últimos resultados eleitorais, ACM pode não ser santo, como quer o comerciante Biriba, mas conta com o apoio da maioria dos baianos. Isso não impede de ter despertado uma espécie de fanatismo ao avesso na Bahia. O senador reconhece: "Os adversários desenvolveram o chamado 'anticarlismo', que sempre é muito explorado", diz. "Mas hoje em dia está praticamente extinto", afirma. Texto Anterior: Senador usa sincretismo Próximo Texto: Setenta anos de ACM Índice |
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