São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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'Radical' nega ser 'rupturista'

DA SUCURSAL DO RIO

Quem procurar no candidato da "esquerda" à presidência do PT, deputado Milton Temer (PT-RJ), 58, um radical defensor da revolução e da ditadura do proletariado poderá ficar decepcionado.
Lacerdista na adolescência e ex-integrante do PCB, o "camarada Marcelo Silva" (seu codinome à época) chega à votação de hoje como adepto de estratégias de tomada do poder pelas esquerdas que não são "rupturistas", afirma.
"Não acredito no partido como uma cartilha guiadora da insurreição", diz ele.
Carioca de Vila Isabel (zona norte), Jorge Milton Temer é filho do imigrante sírio Gabriel Temer, um esquerdista autodidata.
A virada para a esquerda começou pouco depois. O responsável, diz ele, foi seu pai, que o doutrinou a partir da intervenção de França e Reino Unido em Suez (Egito).
Poucos anos depois, em março de 64, o então primeiro-tenente da Marinha Milton Temer, que trabalhava no gabinete do ministro da Marinha, foi preso e teve os direitos políticos cassados.
Sem emprego, Temer virou repórter do "Diário Carioca". Em 1972, já no PCB, em que ingressara em 1965, saiu do Brasil.
"Fui fazer a escola do partido, em Moscou", conta ele, que editou em Paris o "Voz Operária", jornal do PCB, de 1975 a 1978. Retornou ao Brasil em 1979, com a anistia, já fora do PCB havia um ano.

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