São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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Um anônimo na multidão

Uma sexta à tarde, em fevereiro de 1996, em plena avenida 23 de Maio, via expressa paulistana. Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo e que gosta de guiar, dirige seu Omega prateado.
Um segurança viaja ao seu lado. Outro, de terno e gravata, vai no banco de trás.
O carro pára no congestionamento. Dois assaltantes encostam revólveres na cabeça dos ocupantes dos bancos da frente.
- Manda o bacana lá de trás passar o relógio - diz um deles.
Só depois de algum tempo é que eles reconhecem Fleury. Os assaltantes fazem um sinal para que os seguranças saiam do Omega. Em lugar do relógio, o negócio ficava agora mais graúdo. Daria até um sequestro.
Os dois seguranças saem atirando. Confusão. Os assaltantes acabam presos. Não há feridos.
Só Fleury encafifou. Não foi reconhecido de imediato, o que representou, no fundo, uma falta explícita de popularidade.

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