São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
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Seca piora de manhã e melhora à tarde em SP

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A manhã de ontem foi mais seca do que a de anteontem, mas, à tarde, a umidade relativa do ar em São Paulo registrou índice superior ao de segunda e terça-feira.
Às 9h de ontem, o 7º Distrito do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mediu umidade de 37% na capital paulista. Anteontem, nesse horário, a taxa foi de 42% e, na segunda-feira, de 48%.
Às 15h de ontem, a umidade do ar foi de 21%, seis pontos a mais do que a taxa medida nas tardes de anteontem e de segunda.
O aumento na umidade foi causado pela nebulosidade e melhor ventilação proporcionadas por uma fraca frente fria.
Apesar de não ter conseguido penetrar completamente na cidade de São Paulo, a frente chegou ao litoral paulista e foi capaz de amenizar um pouco a secura do ar na capital.
"Além de aumentar a nebulosidade na capital, a frente fria no litoral dever ter elevado a umidade da brisa marítima que chega à tarde na cidade de São Paulo", disse Fábio Luiz Teixeira Gonçalves, meteorologista da USP (Universidade de São Paulo).
Nos últimos dias, a brisa marítima, que normalmente é úmida devido à sua origem no Atlântico, estava chegando muito ressecada à capital paulista.
A massa de ar seco, que está estacionada sobre grande parte do Sudeste, estava retirando umidade da brisa marítima, anulando a sua função refrescante sobre a cidade de São Paulo.
Os meteorologistas prevêem um aumento gradativo da umidade nos próximos dias. "A umidade deve aumentar mais um pouco amanhã (hoje)", disse Neide Oliveira, meteorologista do Inmet.
No entanto, só deverá chover na capital, segundo os meteorologistas, entre a noite de sexta e sábado, quando chegar ao Estado uma nova frente fria, mais forte.
A umidade de 21% medida ontem à tarde ainda é baixa e está muito próxima do limite considerado crítico pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Para a OMS, umidade menor do que 20% aumenta a incidência de problemas respiratórios. Nos desertos, a umidade é menos de 10%.
Segundo o meteorologista Gonçalves, da USP, devido ao fato de a temperatura neste inverno, durante o dia, estar variando de 20°C a 30°C, a taxa de umidade mais confortável é entre 60% e 70%.
"O problema é que setembro é um mês seco e, como está muito quente, é difícil atingir essa taxa de umidade", afirmou Gonçalves.
Um dos fatores que está contribuindo para o inverno deste ano ser seco e quente é a ocorrência de um forte El Niño (aquecimento anormal da águas do Pacífico Equatorial, que altera o clima de todo o mundo).

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