São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Lugar ruim nem sempre custa menos

ANA CRISTINA PESSINI

Compre um ingresso e ganhe um torcicolo. Esse pode ser o destino de quem escolhe um lugar "micado" na hora de comprar seu ingresso para um show. Nem sempre os mapas de bilheteria alertam para a existência de colunas e outras "armadilhas" que contrariam a idéia de que os lugares mais caros, ou os mais próximos do palco, são os melhores.
Quem assistiu à ópera "Otello" no Teatro Municipal da cadeira B63, no foyer, por exemplo, pagou um ingresso de R$ 25 e viu apenas o letreiro, a menos que tenha passado as quase quatro horas do espetáculo inclinado. Já o espectador da cadeira C32 do anfiteatro (último andar), embora mais distante, pôde acompanhar toda a cena por R$ 5. Pelos mesmos R$ 5 quem sentou na C80 da galeria viu em detalhes as esculturas italianas do teatro, mas ignorou o que acontecia no palco.
A regra geral no Municipal, portanto, é, nos andares altos, fugir das laterais e evitar as fileiras A (justamente as primeiras), que ficam encostadas nas muretas de proteção, e que obrigam o espectador a se inclinar.
As laterais também não são o forte do Palace. Mesmo em mesas próximas do palco, a visibilidade nas laterais diminui e o som, aumenta. Prefira uma mesa mais afastada do palco, logo acima do degrau que corta o salão.
Campeãs de aborrecimentos, as colunas fizeram o ocupante da mesa 275 (R$ 30) do Olympia (com seis de cada lado) assistir o show de Ray Conniff, no sábado, de pé. A falta de cadeiras giratórias também tornava a apresentação pouco confortável, mesmo para quem estava bem na frente -já que todos ficavam sentados de lado para o palco.
Ao contrário da maioria, no Tom Brasil -com exceção das mesas H1 e G23- as laterais não são os piores lugares. Só não se engane pensando que todas as mesas do andar de cima (extinto camarote) são as mais privilegiadas. As frisas superiores (não por acaso os ingressos mais baratos) têm a pior visibilidade da casa.

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