São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997 |
 |
|
Próximo Texto |
Índice
Arbitragem muda de cara no Brasil
MARCELO DAMATO
Saem de cena veteranos e em seus lugares sobem árbitros mais jovens que a maioria dos atletas. Comparando o número de jogos que cada juiz apitou no Brasileiro (foram realizados 148 jogos) com o ano passado (290 partidas), vêem-se grandes variações (veja quadro abaixo). Por um lado, dezenas de juízes receberam menos escalas. Isso se deve principalmente à falta de condição física ou más atuações. Por outro, novos árbitros estão conquistando espaço. Na grande maioria, são jovens. As maiores estrelas da nova geração são o paulista Paulo César de Oliveira, 23, e o carioca Ubiraci Damasio, 24. O único veterano entre os que lideram em alta é o paulista Flávio de Carvalho, 42. A comissão foi formada em maio para substituir a Conaf (Comissão Nacional de Arbitragens de Futebol), extinta devido ao escândalo que envolvia seu presidente, o paulista Ivens Mendes. O dirigente foi acusado por uma reportagem de oferecer favores da arbitragem em troca de dinheiro para sua campanha a deputado federal por Minas Gerais. A principal prova contra ele era um conjunto de gravações clandestinas de conversas telefônicas que ele manteve com dirigentes. Uma decisões da nova comissão, segundo a Folha apurou, foi não escalar juízes suspeitos de terem ligações com Mendes. Nesse caso, estão os goianos Marques Dias Fonseca e Antonio Vidal. Ambos os goianos trabalharam em jogos da Francana, time de coração de Mendes, e tiveram suas atuações fortemente contestadas pelos clubes adversários. O presidente da Comissão de Arbitragem, Armando Marques, rejeita qualquer comparação com o ano passado. "O ano passado não me interessa. Comigo o que vale é a competência do juiz. Não me interessa a idade, onde nasce, nem se é da Fifa ou não." Marques também disse que a comissão tem critérios para avaliar juízes, mas não admite discuti-los. Por errar, vários juízes estão sendo afastados. José Carlos Marcondes (PR) errou no jogo Bragantino x Fluminense (marcou tiro indireto numa bola recuada de cabeça ao goleiro), não foi mais escalado e até abandonou a arbitragem. Próximo Texto: Revelação perde emprego Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |